A aventura do fim de semana foi
com o grupo Passeios e Aventuras. O grupo de 4 pessoas, guiado pela guia
credenciada Emanuele Calago, partiu do centro de Angra às 6 horas do dia 24 de
agosto, um sábado de tempo nublado, com promessa de sol, para Bananal-SP. Uma
hora depois, estávamos tomando o desjejum em Lídice. Chegamos a Bananal às
8h30m, quando iniciamos a subida para a serra da Bocaina. Uma hora depois
chegamos à Pousada Brejal e fomos recebidos calorosamente pela Sra Estefânia e
seu esposo, Sr. Carlinhos. Acomodamos as mochilas no quarto onde passaríamos a
noite, e em seguida saímos para nossa aventura, na caminhonete do Sr.
Carlinhos, às 10h10m. O sol prometido apareceu timidamente e logo deu espaço às
nuvens e frio. Em determinado ponto, onde a lama tomava conta da estrada,
continuamos a pé por cerca de 6 km até a Cachoeira dos Macaquinhos e Poço do
Anjinho, maravilhas da natureza, pouco conhecidos por turistas, mata adentro. Desviando
das poças d’água e lama, embrenhamos na mata, trilhando por 1,5 km, com poucas
subidas. Às 12h50m, chegamos à linda Cachoeira dos Macaquinhos. O sol não
adentrava a mata e fazia muito frio, o que desencorajou o grupo a banhar-se na
água congelante. Mais 50 m acima, chegamos ao Poço do Anjinho, que tem esse
nome porque há muitos anos atrás, o corpo de um menino foi encontrado ali. À
margem do córrego acima do poço, sentamos para lanchar e descansar. Ouviam-se
somente os cantos dos pássaros e o som da cachoeira que despencava mais abaixo.
Iniciamos a descida às 14h10m em uma longa caminhada até onde o carro estava
estacionado. No meio do caminho, além do frio, enfrentamos a fina chuva, que
tornou a sensação térmica ainda mais baixa. Quando já estávamos na parte baixa,
após sairmos da mata fechada, antes de uma porteira, havia um boi em nosso
caminho. Enorme, chifrudo, que nos encarou, relutante, como a pedir que
abríssemos o portão para lhe dar passagem e também com medo de nós, medo esse,
recíproco. Posicionamo-nos mais atrás, temerosos, enquanto a guia tentava
espantá-lo. Não logrou êxito e ainda por cima, o boi ficou irritado, bufou e
mostrou rudeza e hostilidade, o que nos fez afastarmos ainda mais. Emanuele foi
com cuidado e devagar rente ao mato e pelo canto, conseguiu abrir o portão.
Logo, ele seguiu adiante, com seu corpanzil, a nossa frente. Depois de alguns
minutos seguindo atrás do boi, ele entrou numa bifurcação e seguimos mais
tranquilos. Depois ficamos sabendo que é o boi mais bravo da redondeza. Esse
episódio rendeu boas gargalhadas e piadas até no outro dia.
Chegamos ao carro, encharcados e
com muito frio, às 17h5m. Logo escureceu e a chuva fina não deu trégua. Após
todos tomarem banho, para abrir o apetite, uma cachacinha de Cambuci e logo
após, tivemos um jantar maravilhoso, feito em fogão à lenha e muito farto:
arroz, feijão carioca, batatas coradas, salada, truta ou carne assada, farofa e
de sobremesa, goiabada caseira com queijo minas. Sem TV e wi fi e com a casa
lotada de visitantes, restou nos recolhermos ao quarto compartilhado para uma
boa prosa e dormir cedo. Às 20h30m, já estávamos dormindo.
O domingo amanheceu com um
chuvisco frio e uma névoa branca cobrindo as montanhas, fazendo lembrar as
paisagens europeias. O frio continuava implacável e só o desjejum da Pousada
Brejal pôde nos aquecer por um momento: café, leite, pão caseiro fresquinho,
manteiga, queijo minas, frutas, pão francês, bolo de banana e de fubá. Tudo
muito apetitoso. Íamos ao Poço da Ingrid, mas o local estava muito encharcado e
nos acomodamos pela pousada mesmo, apreciando as brumas da paisagem e andando
pelas proximidades da pousada até o horário do almoço. Mais uma vez, nos
refastelamos com a deliciosa comida que teve o mesmo cardápio da janta. Por
volta das 15h, partimos, já sentindo saudade daquele lugar idílico, pitoresco e
bucólico, diferente de tudo que vivemos no dia a dia, na selva urbana.
DICA: a Pousada Brejal é simples, sem luxo, mas tudo é muito limpo
e bem cuidado. Geralmente, o grupo fica em quarto compartilhado, onde há
beliches. Na pousada há luz elétrica e chuveiro quente em banheiro também
compartilhado. Só há um banheiro no interior da casa, unissex. Há mais 2 do
lado de fora da casa, mais precários. Para os mochileiros, serve como uma casa
de passagem, onde junto à hospedagem, tem a janta e o café da manhã, com preços
a combinar com o Senhor Carlinhos e Dona Estefânia. Há também opção de almoço
ou janta, sem hospedagem, sendo necessário reserva antecipada. O menu é sempre
o mesmo e pode-se escolher entre truta e carne assada. Não há sinal de celular
e nem wi fi. A televisão da sala não costuma ser ligada. No mais, é um passeio para apreciar a
natureza, explorar a mata e cachoeiras, uma delas, a do Bracuí (mais conhecida),
e sentir a grandiosidade e magia da bela Serra da Bocaina.
Por: Denise Constantino da Fonseca
Nenhum comentário:
Postar um comentário