domingo, 29 de setembro de 2024

TRILHA À PEDRA SELADA

Finalmente férias. Meu desejo era sair da seca causada pela estiagem em Angra dos Reis, só queria ver água e a natureza, que segundo os péssimos prognósticos, em um futuro não tão distante, se tornarão extintos. Que medo!

Por isso, resolvemos, eu e Ari Moreira (@euarimoreira), ir para Visconde Mauá na semana de 16 a 20 de setembro de 2024, a fim de termos uma semana de pernas para o ar, curtindo natureza, montanha, cachoeiras, rios, uma bela pousada e boa gastronomia. Devido a baixa temporada, a Vila de Maringá, onde nos hospedamos, estava bem tranquila. Muitos restaurantes nem abriram.

De Resende a vila de Maringá levamos aproximadamente 1 hora de uber. Escolhemos o Residencial Warabi, o chalé "Varanda Gourmet", com piscina privativa (ah quem dera poder usar). Warabi, além de oferecer agradabilíssimos chalés, oferece chopp artesanal grátis, das 12h às 16h e um café da manhã mais que especial. São 2 opções: colonial e japonês. O colonial, além dos itens padrões de toda pousada, constava itens servidos com um plus, que podia ser  bruscheta ou tapioca, além da sobremesa. 

Saímos de uma temperatura de 30 graus de Angra dos Reis para o frio de 14 graus em Visconde Mauá. Não levamos roupas adequadas e sofremos de frioooo no chalé, que embora tivesse lareira, optamos por não acender, para que não ficássemos sufocadas com a fumaça.


No segundo dia, caminhamos cerca de 8km ida e volta até Maromba, passando pela cachoeira Véu de Noiva e Poção de Maromba. 



No terceiro dia, caminhamos mais 4km ida e volta para visitar a Cachoeira Santa Clara.


No quarto dia, arriscamos algo mais pesado, alugamos o transfer da agência Maringá Turismo, que nos levou até a entrada para a subida à Pedra Selada. Foram 40 minutos pela estrada, saindo de Maringá e passando pela Vila de Mauá. Pagamos 10 reais para a dona do sítio que guarda a trilha. Na entrada há banheiros e água, mas não há lugar para comprar lanche. Levamos 2 garrafas de água de 500 ml, barrinhas de cereais (comemos), pãozinho e queijo curado (só comemos na volta).

Pagamos 300 reais para o transfer (caro), já com desconto, sem direito a guia para subir a trilha. Não foi necessário porque a trilha é bem demarcada e não há chance de ser perder, como pudemos comprovar. E para quê guia pago se fomos contempladas por 3 guias de 4 patas que fizeram bem seu papel, nos protegendo durante todo o trajeto de 6 km (ida e volta).

A Pedra Selada tem esse nome devido a sua formação, em forma de sela de cavalo. Ela tem 1.755 metros de altitude e lá de baixo, do início da trilha, nos parece inatingível, diante de toda sua imponência. Mas, estávamos dispostas a enfrentar o desafio e lá fomos com nossos 3 amigos. Iniciamos a subida às 10h20m. Não é moleza para quem não tem condicionamento físico. Levamos aproximadamente 2 horas para chegar ao cume, numa subida íngreme e escorregadia, no meio de muitas pedras, galhos e raízes. Há trechos que temos que segurar em cordas e até mesmo fazer escalaminhada. No meio de caminho avistamos 2 pequenas cachoeiras e um riacho de água cristalina. Embora tenham nos avisado que essa água era potável, optamos por não bebê-la, por pura precaução. 



Lá em cima, pode-se avistar toda a região em 360°, o Pico das Agulhas Negras e as Prateleiras, e ao longe cidades como Resende, Itatiaia e Volta Redonda.



Placa do cume e nossos guias exaustos

Depois de apreciar a vista e nos encantarmos com tamanha grandiosidade da natureza, descemos a trilha, com todo cuidado para não escorregar. Levamos 1h30m para chegarmos de volta à entrada.




Com toda certeza, recomendamos conhecer a Pedra Selada. É cansativo, mas revigorante e engrandecedor alcançar seu cume e assistir a uma parte da imensidão e beleza da Terra.


Texto: Denise Constantino da Fonseca

Fotos: Denise e Ari Moreira

EXPEDIÇÃO CAMINHO DOS DIAMANTES- ESTRADA REAL

Amo história, amo cultura e amo natureza. Então, nas minhas férias de maio/2024, optei por uma “off-road trip” histórica e ecológica pelo interior de Minas Gerais, desbravando cidadezinhas e sua cultura, no percurso utilizado pela Coroa Portuguesa e tropeiros durante a época de riqueza proporcionada pela extração de ouro e diamantes, nas cidades mineiras: Expedição Caminho dos Diamantes, com a Oikos Travel, pela Estrada Real e as surpreendentes paisagens da Serra do Espinhaço. De Diamantina a Ouro Preto, na medida do possível, pelos caminhos alternativos utilizados nos áureos tempos de abundância de ouro e diamantes. Tudo com muita poeira e vista da mata do Cerrado.

A aventura começou no dia 11/05/24. Cheguei a Belo Horizonte, às 13h30m e o motorista já estava me esperando. Em cerca de 1 horas, ele me deixou no hotel Holiday Inn Savassi, no bairro Savassi. Um hotel agradável e com ótimo café da manhã, perto do Shopping Pátio Savassi.

No dia 12/05, às 6:30h, já estava no salão do café tomando o desjejum e procurando por mais integrantes do grupo de 7 que integraria a expedição. Logo, mais pessoas foram chegando e perguntando sobre o grupo. Após o check out, nos reunimos na porta do hotel com os 2 guias que seriam nossos condutores na grande aventura: Raoni e Henrique. Todos se apresentaram e cerca de 8h, nos dividimos em 2 veículos 4x4, rumo ao primeiro ponto: Cordisburgo, onde visitamos a Gruta de Maquiné e o Museu Guimarães Rosa. Na Gruta de Maquiné, caminhamos cerca de 600 metros, admirando formações naturais que pareciam obras de arte, em meio às estalactites. A Gruta, conhecida como o berço da Paleontologia Brasileira, foi explorada cientificamente pelo sábio naturalista dinamarquês Dr. Peter Wilhelm Lund, em 1834.



Após a visita ao Museu, onde conhecemos a belíssima vida e carreira de Guimarães Rosa, autor do célebre Grandes Sertões Veredas, rumamos pela BR 040 e BR 135, cerca de 3h de distância. Chegamos na histórica, bucólica e instagramável Diamantina no horário do almoço e almoçamos no restaurante Apocalipse, por conta do pacote da viagem. Logo após, começarmos o walking tour com a guia local, que nos apresentou as pitorescas ruas em estilo colonial e monumentos históricos: igrejas, museus etc., de Diamantina. A cidade é apaixonante e ficou o desejo de retornar para mais tempo, porque logo a deixamos, rumo a São Gonçalo do Rio das Pedras, onde pernoitamos na Pousada Capão. Porém, antes, fizemos uma parada na casa de uma simpática família quilombola, onde ouvimos “causos”, cantorias e desfrutamos de um delicioso café da roça e guloseimas.

A Pousada Capão é simples, os quartos são separados em pequenos chalés, mas serviu ao propósito de descansar. Após uma refeição leve acompanhada de uma garrafa de vinho e conversa, tudo por nossa conta, fomos descansar para continuarmos na manhã seguinte.

2º dia: acordamos cedo e tomamos um generoso café da manhã. Logo a seguir, rumamos para a Ervanaria Marcos Guião, onde fizemos uma incursão sensorial em sua plantação de ervas medicinais. Em seguida, tivemos uma aula sobre as técnicas primitivas empregadas no garimpo da região nos tempos de abundância de ouro e diamante. Recebemos um lanche da Oikos Travel e seguimos para Capivari, onde conhecemos a magnífica e linda Cachoeira do Tempo Perdido, onde nos banhamos e tomamos sol por algum tempo. Após o almoço, nosso destino foi Milho Verde, onde fizemos um walking tour e conhecemos a história local. Em seguida, retornamos à Pousada Capão para janta e descanso.


                                                  

3º dia: acordamos cedo e às 8h partimos para Serro, há 30 km de distância. Serro foi umas das primeiras Comarcas da Capitania de Minas Gerais, cercada por montanha, com arquitetura colonial e considerada a terra dos Queijo, onde encontramos o famoso queijo de Serro. E falando em queijo, a primeira visita degustativa foi na fazenda do premiado queijo artesanal de Serro, de Maria Nunes, contemplado por medalha de ouro na França. A proprietária, Christiane Brandão, nos contou tudo sobre a fabricação artesanal de seus premiados queijos e no final, nos brindou com uma deliciosa degustação de queijos, regado a um bom café. Após a visita, partimos para o walking tour pelo centro de Serro (muito lindo!), almoçamos (na conta da Oikos Travel) e em seguida partimos para a visita à Cachaçaria Alambique, onde se produz a famosa cachaça Menina Branca. A pernoite foi em Conceição de Mato Dentro, cerca de 1h12m de distância. Chegamos já noite na cidade e antes de chegarmos à pousada (distante de tudo), passamos em um mercado para comprar lanche. Apesar de ser distante da cidade, a Pousada Retiro da Serrinha é magnífica, com seus chalés de 2 andares, confortáveis e a vista sensacional para a Serra do Espinhaço.



4º dia: após o desjejum, partimos preparados (tênis, roupa apropriada, água e lanche) para a trilha da Cachoeira do Tabuleiro, a maior cachoeira de Minas, com 273 metros de queda livre. Após subirmos a serra de carro, caminhamos cerca de 2km até a parte alta da cachoeira, onde pudemos fazer foto e apreciarmos sua belíssima e imponente queda. Dali, andamos mais alguns metros até um riacho com queda mais calma, a fim de nos refrescarmos do calor intenso e cansaço da caminhada. O percurso total foi de 4km e o nível de dificuldade é fácil, com alguns trechos de subidas e descidas, que requerem mais esforço. do Tabuleiro, partimos para Itambé do Mato Dentro, passando pelo Morro do Pilar. Na estrada fizemos fotos com a estátua de Dominguinhos da Pedra, um eremita que após uma desilusão amorosa resolveu morar debaixo de uma pedra. Pitoresco. 


5º dia: Passamos por mais um marco da Estrada Real, o que me causava uma imensa emoção. Chegamos no início da noite no vilarejo Cabeça de Boi, na singela pousada Vilarejo (sem sinal de TV e sinal ruim de internet), mas acreditem, vale a pena viver a simplicidade diante da grandiosidade que presenciamos todos os dias. À noite, nos reunimos no restaurante próximo para jantar e jogar conversa fora. Mais tarde fomos à mercearia do Sr. Candinho, onde ouvimos “causos” e cantoria.



6º dia: Após o desjejum, partimos para o tour por uma trilha fácil de 1km, aproximadamente, às cachoeiras Intancado e Maçã. Não me atrevi a me banhar na Cachoeira da Maçã, visto que a mata é mais fechada, sem sol e sentiria frio. Retornamos ao vilarejo Cabeça de Boi para almoçarmos e pegarmos as bagagens, partindo ainda no sol baixo para o Santuário de Caraça. No caminho, fomos à Casa do Paulinho, que nos levou para conhecer as pinturas rupestres no local chamado Serra dos Veados. Minha ansiedade estava a mil. Antes do Caraça ainda passamos em Ipoema, para uma rápida visita ao Museu do Tropeiro. Chegamos um pouco antes do anoitecer ao Caraça, situado no município de Catas Altas, no meio da Serra de Caraça, uma construção com 11.233 hectares em meio ao Parque Florestal, com sua imponente torre apontada para o céu. Inevitável não pensar que estamos em um convento. Os quartos parecem um claustro e a simplicidade encanta. Tudo cheira à espiritualidade e história. Assisti à missa às 18h30m. A janta foi servida às 7h e às 7h30m se iniciaria a hora do lobo, minha hora mais esperada. Todos os hóspedes se reuniram no pátio da igreja e enquanto ouvíamos instruções e a história dos lobos que frequentavam o Santuário, esperamos ansiosos a chegada do lobo guará. O funcionário deixou a cesta de comida no meio do pátio. Quando avistei o lobo alcançar o último degrau da escada de acesso à floresta, meu coração parou. Nunca havia visto um lobo tão próximo. Ele veio, foi e voltou mais 2 vezes, bem temeroso. O frio e o cansaço me venceram e não consegui esperar mais. Fiquei sabendo depois que apareceu cachorro do mato.



7º dia:  Após o desjejum, fizemos um tour pelo museu do santuário e pelas trilhas. O local onde Dom Pedro II escorregou estava marcado no chão. Deparamos com um cervo que cruzou rápido nosso caminho e com pegada de onça. Tudo do jeito que gosto. Retornamos ao Santuário para o almoço e logo partimos para o lugar que também ansiava conhecer: Catas Altas, devido a ter sido cenário da série, baseada no livro de Edney Silvestre: Se eu Fechar os Olhos Agora. Chegamos primeiro no antigo aqueduto, onde fizemos muitas fotos. A bucólica cidade, típica cidade de interior, histórica, com arquitetura colonial, ruas de pedra, igrejas em estilo Barroco, cercada por montanhas e o Pico Catas Altas, encanta pela simplicidade e clima ameno. Tudo que eu sempre imaginei. Restou um gostinho de “quero mais”, mas tínhamos que prosseguir. Pegamos estrada com destino a Mariana. Chegamos ainda com sol e aproveitando a luz, fizemos muitas fotos das belas igrejas. Dali, fomos para nosso último destino: Ouro Preto. Chegamos já noite e ali nos despedimos de nossos maravilhosos guias Raoni e Henrique, que retornaram para seus lares.


8º dia: nesse último dia de passeio, encontramos um guia local que nos levou para um tour pelas igrejas e museus de Ouro Preto. Também visitamos a Gruta do Chico Rei, após termos uma palestra sobre sua história. O restante do dia foi livre e acabei me desvencilhando do grupo para passear pelas ruas lotadas de Ouro Preto, sozinha. Já conhecia Ouro Preto e senti uma mudança que identifiquei como “turismo inconsciente”. Espantei-me com a má educação de alguns turistas, que não seguiam as orientações dos guias e a falta de cultura. Ouvia pessoas perguntando se a estátua do alto do obelisco, no meio da Praça Tiradentes era Tiradentes. São pessoas que vão explorar o turismo e não conhecem a cultura e história do lugar.



Enfim, no dia seguinte, às 14h, a van chegou à pousada e partimos para Belo Horizonte. Fiquei na rodoviária para embarcar no ônibus de volta ao meu doce lar, em Angra dos Reis.

No final da Expedição, recebemos nosso passaporte da Estrada Real todo carimbado, um lembrete de que a missão foi cumprida com êxito.


 Avaliação: O preço da expedição com a Oikos Travel, à vista, com desconto, foi de 7.125,00. No início, pode-se achar caro, mas depois de finalizar a expedição, pode-se verificar que valeu cada centavo. Economizei muito nas refeições, porque a maioria já estava incluída no preço. Fica a vontade de continuar pelo Caminho do Ouro, de Ouro Preto a Paraty, mas vai ficar para a próxima.


 Texto e fotos: Denise Constantino da Fonseca

 

 



sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A LINDA CAMPOS DO JORDÃO




Saímos de Angra dos Reis no dia 13/01/20, numa segunda-feira, às 8h, no ônibus da Reunidas, para São José dos Campos. A previsão de chegada era para as 14h30m, tanto que já tinha comprado as passagens de São José para Campos do Jordão para as 16h40m. Pura ingenuidade; em Ubatuba, simplesmente o trânsito empacou. Os veículos se movimentavam como tartarugas e a viagem que deveria durar 6 horas, durou 9. Chegamos às 17h na rodoviária de São José dos Campos e corri para recomprar as passagens para as 18h20m. As 20h, chegamos à rodoviária de Campos do Jordão e pegamos táxi para o Chateau Flats Campos do Jordão, em Capivari, a 10 minutinhos a pé do centro turístico. O apartamento satisfez plenamente a expectativa. Amplo, confortável, bem estruturado. De cortesia, havia uma travessa de frutas e 2 garrafas de água. A cozinha é composta de geladeira, fogão, micro-ondas, pratos, talheres e panelas. Gostei muito, inclusive do atendimento, que é bem despojado. Após nos organizarmos e fazermos compras em um supermercado não muito próximo (cerca de 20 minutos a pé), fomos jantar no centro de Capivari, no restaurante Safari, ao lado do Baden Baden. A temperatura estava, surpreendentemente, em 13 graus, em pleno verão no Brasil. Que delícia!

No dia seguinte, após passearmos pelo comércio de Abernéssia e almoçarmos em um self-service, chamamos um uber para nos levar aos Jardins Amantikir, onde nos deliciamos com 28 tipos de jardins, com flora de diversos países. Diversão certa é entrar no labirinto e na casa da árvore e desfrutar das belas paisagens bucólicas e pitorescas, em meio ao colorido de flores magníficas. Lugar imperdível, onde nossa alma flutua e o corpo se regozija. Vá de tênis para percorrer as diversas trilhas, confortavelmente. O preço da entrada é salgado, mas vale a pena: 40 reais. À noite, comemos o pastel no famoso Pastelão do Maluf. É um pastel de 32 cm e faz jus à fama, é realmente delicioso, com preço justo e ainda dá para 2 comerem, se não estiver faminto, claro.








A ideia era fazer uma trilha, no dia 15/01. Mas acordamos tarde e não podia ser nada muito longo, então resolvemos visitar a Pedra do Bauzinho, a 1760 metros de altitude. Após 3 ubers desistirem, finalmente rumamos no carro da Janaina, uma simpática motorista, que ao longo de 1 hora, nos fez sentir em casa e seguras. A Pedra do Bauzinho e Pedra do Baú ficam na cidade colada a Campos do Jordão, São Bento de Sapucaí e a estrada ainda é de barro e cheia de buracos. A recepção da trilha estava fechada e não pagamos nada para entrar. Subimos uma trilha aberta por cerca de 20 minutos até o estacionamento. Dali, seguimos por uma trilha mais fechada e íngreme, de 250 metros. Havia mais 2 trilhas para se aventurar, uma delas, a da Ana Chata. A Pedra do Bauzinho é um mirante para a Pedra maior, a do Baú e a vista é sensacional, inclusive de todo o vale, da cidade e montanhas. O vento estava forte e o sol ameno, aproximadamente 23 graus. Curtimos o esplendor da paisagem por algum tempo, lanchamos e relaxamos no topo da pedra. É preciso tomar cuidado ao se movimentar pela pedra, que é estreita e com bastante reentrâncias. Para voltarmos, chamamos uber. Almoçamos novamente em Abernéssia e depois batemos perna no comércio de Capivari, onde vale muito a pena comprar casacos de inverno, por preço acessível e de boa qualidade. A janta foi rodízio de fondue no restaurante Lyon, dentro do Shopping Patio Paris. A temperatura da noite estava 14 graus.






No dia 16, estávamos animadas para o último dia de passeio. Temperatura: 29 graus, fazendo jus ao verão. Pegamos ônibus, cujo ponto é em frente ao Flat Chateau e fomos para o Horto Florestal, também chamado de Parque Estadual Campos do Jordão. A viagem durou cerca de 30 minutos em uma estradinha bem asfaltada e muito bonita. Não pagamos entrada. Mas pagamos 50 reais para fazer arvorismo, com direito a uma tirolesa no final. O Horto Florestal tem uma grande área em meio à floresta, é um parque em meio à natureza, onde podemos desfrutar o dia com a família e se divertir com as diversas atividades de lazer oferecidas: arvorismo, tirolesa, aluguel de bicicleta, trilhas de fácil acesso e bem demarcadas, rios e cachoeiras. Lá tem 2 restaurantes: o Dona Chica, mais gourmet, caro e badalado e o Prato da Floresta, com comida mais caseira. Foi lá que almoçamos muito bem por um preço justo e nos fartamos com boa comida de roça. Após o almoço, retornamos para Capivari e chamamos uber para ir ao Pico do Itapeva. Pagamos 10 reais para entrar e pedimos que o motorista nos esperasse, pois fomos avisadas que seria difícil conseguir uber para retornar. O Pico do Itapeva fica em Pindamonhangaba, com acesso pela Vila Inglesa, acima de Capivari. Tem 2030 metros de altitude. O atrativo é o mirante que dá vista para mais de 20 cidades do Vale do Paraíba. Além do mirante, há um lavandário e uma lanchonete. Não nos tomou muito tempo, logo descemos e paramos na Ducha de Prata, cerca de 1,5 km do centro de Capivari. Dispensamos o uber para depois terminar o trajeto a pé. A Ducha de Prata é um complexo de quedas d’água, cuja apreciação se dá por decks. Ao redor, diversas lojinhas de artesanato, roupas e chocolate e algumas trilhas seguindo pelo leito do rio. Quem quiser e tiver coragem pode se banhar, mas não vimos nenhum corajoso. Não fizemos nem trilha e nem nos banhamos, apenas seguimos adiante em direção a Capivari na bela estrada da Vila Inglesa, com construções de arquitetura riquíssima, literalmente. Despretensiosamente e para nossa surpresa, chegamos ao Bosque do Silêncio. Uma grande área similar ao Horto, com várias atividades de lazer e trilhas fáceis e curtas para todos que gostam de desfrutar a natureza, floresta, flores e o silêncio que falta na cidade.







Para fechar a viagem, resolvemos comer uma pizza em um restaurante dentro do Shopping Patio Paris, de arquitetura neoclássica. Temperatura: 17 agradáveis graus. Não lembro o nome do restaurante, mas é bem na entrada, do lado direito. A pizza estava péssima e o garçom não estava em condições de trabalho. Uma lástima. No outro dia, acordamos cedo e partimos de regresso a nossa cidade.
Eu voltaria a Campos do Jordão sempre. Ainda quero subir a Pedra do Baú e não deu tempo de conhecer todos os pontos turísticos que a bela, segura e agradável Campos do Jordão oferece.

Viajamos eu, Denise Constantino e Ari Moreira

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

UM DIA EM SÃO JOÃO MARCOS

Há 20 km de Mangaratiba, entrando à esquerda para quem vem de Angra dos Reis e à direita para quem vem do Rio de Janeiro, subindo a Serra do Piloto, que liga Mangaratiba a Rio Claro-RJ, encontram-se as memórias,  encravadas na terra, do que foi a proeminente cidade de São João Marcos. A sinuosa Serra do Piloto, construída por ordem de D. Pedro II para escoar o café da região do Vale do Café para o Porto de Mangaratiba, já é uma beleza digna de se admirar. Já no início da serra, podem-se ver ruínas de construções históricas. Mais acima, chegamos ao Mirante Imperial, onde termos uma belíssima vista panorâmica do litoral, vales e montanhas. Passamos também pela Cachoeira dos Escravos, onde os escravos se refrescavam da labuta, durante a construção da estrada. 
O Parque Arqueológico e Ambiental São João Marcos nos acolhe com um lindo caminho arborizado, em meio à Mata Atlântica, com o chão coberto de folhas trazidas pelo sopro do vento que sussurra docemente entre as árvores, fazendo chover pequenas penugens dos galhos, nos brindando com uma pintura bucólica de contos de fada. Fizemos uma parada para apreciar a Ponte Nova, feita em Cantaria, no estilo romano, por onde corre debaixo um pedaço do Rio do Saco. Particularmente, sinto uma atração muito singular pela história de São João Marcos, tão trágica, triste e romântica. Que foi de um tempo áureo, de riqueza cultural e histórica ao profundo fim. Para conhecer mais sobre São João Marcos, o Centro de Memória e Espaço Obra Escola oferece uma maquete da cidade antes da destruição, cartazes explicativos e ainda exibe um filme de 15 minutos com depoimentos de ex-moradores, declarando a nostalgia e suas lembranças, que comovem e emocionam. É preciso caminhar pelo Parque, buscando as placas indicativas das ruínas, o antes nas placas e o depois, ao vivo e a cores. A área verde é agradável e bela, ótimo para fotos. Podemos nos projetar mentalmente aos tempos em que a cidade estava erguida e possuía grande potencial econômico. Choca saber que tudo aquilo foi sacrificado em prol do progresso de outro município, no caso, Rio de Janeiro, na época, em 1940, capital do Brasil. A paz que reina no Parque, em meio aos pedaços de São João Marcos, deve ser parecido com a que existia entre os moradores ao se encontrarem na Praça da Matriz, para um preguiçoso bate-papo de fim de tarde. 
Por volta das 13h partimos do Parque até o Empório Barreira, descendo a Serra do Piloto em direção à Mangaratiba. Dentro da propriedade do restaurante, pegando uma trilha de 15 minutos descendo e depois mais 15 minutos subindo, encontra-se o Poço Curumin, ótimo para um refresco no calor. Além da comida maravilhosa, com um preço justo, não há como perder o delicioso cafezinho do Empório. Nunca bebi outro igual. 
 Cachoeira dos Escravos


 Igreja da Matriz

 Casa do Capitão-Mor

 pedaços da Igreja da Matriz

 Teatro Municipal Tibiriça


cafezinho do Empório Barreira


Quem nos levou foi Passeios e Aventuras, sob o guiamento de Emanuele Calago.

Por: Denise Constantino em 19/10/19

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

CACHOEIRA DOS MACAQUINHOS NA BOCAINA


A aventura do fim de semana foi com o grupo Passeios e Aventuras. O grupo de 4 pessoas, guiado pela guia credenciada Emanuele Calago, partiu do centro de Angra às 6 horas do dia 24 de agosto, um sábado de tempo nublado, com promessa de sol, para Bananal-SP. Uma hora depois, estávamos tomando o desjejum em Lídice. Chegamos a Bananal às 8h30m, quando iniciamos a subida para a serra da Bocaina. Uma hora depois chegamos à Pousada Brejal e fomos recebidos calorosamente pela Sra Estefânia e seu esposo, Sr. Carlinhos. Acomodamos as mochilas no quarto onde passaríamos a noite, e em seguida saímos para nossa aventura, na caminhonete do Sr. Carlinhos, às 10h10m. O sol prometido apareceu timidamente e logo deu espaço às nuvens e frio. Em determinado ponto, onde a lama tomava conta da estrada, continuamos a pé por cerca de 6 km até a Cachoeira dos Macaquinhos e Poço do Anjinho, maravilhas da natureza, pouco conhecidos por turistas, mata adentro. Desviando das poças d’água e lama, embrenhamos na mata, trilhando por 1,5 km, com poucas subidas. Às 12h50m, chegamos à linda Cachoeira dos Macaquinhos. O sol não adentrava a mata e fazia muito frio, o que desencorajou o grupo a banhar-se na água congelante. Mais 50 m acima, chegamos ao Poço do Anjinho, que tem esse nome porque há muitos anos atrás, o corpo de um menino foi encontrado ali. À margem do córrego acima do poço, sentamos para lanchar e descansar. Ouviam-se somente os cantos dos pássaros e o som da cachoeira que despencava mais abaixo. Iniciamos a descida às 14h10m em uma longa caminhada até onde o carro estava estacionado. No meio do caminho, além do frio, enfrentamos a fina chuva, que tornou a sensação térmica ainda mais baixa. Quando já estávamos na parte baixa, após sairmos da mata fechada, antes de uma porteira, havia um boi em nosso caminho. Enorme, chifrudo, que nos encarou, relutante, como a pedir que abríssemos o portão para lhe dar passagem e também com medo de nós, medo esse, recíproco. Posicionamo-nos mais atrás, temerosos, enquanto a guia tentava espantá-lo. Não logrou êxito e ainda por cima, o boi ficou irritado, bufou e mostrou rudeza e hostilidade, o que nos fez afastarmos ainda mais. Emanuele foi com cuidado e devagar rente ao mato e pelo canto, conseguiu abrir o portão. Logo, ele seguiu adiante, com seu corpanzil, a nossa frente. Depois de alguns minutos seguindo atrás do boi, ele entrou numa bifurcação e seguimos mais tranquilos. Depois ficamos sabendo que é o boi mais bravo da redondeza. Esse episódio rendeu boas gargalhadas e piadas até no outro dia.




Chegamos ao carro, encharcados e com muito frio, às 17h5m. Logo escureceu e a chuva fina não deu trégua. Após todos tomarem banho, para abrir o apetite, uma cachacinha de Cambuci e logo após, tivemos um jantar maravilhoso, feito em fogão à lenha e muito farto: arroz, feijão carioca, batatas coradas, salada, truta ou carne assada, farofa e de sobremesa, goiabada caseira com queijo minas. Sem TV e wi fi e com a casa lotada de visitantes, restou nos recolhermos ao quarto compartilhado para uma boa prosa e dormir cedo. Às 20h30m, já estávamos dormindo.





O domingo amanheceu com um chuvisco frio e uma névoa branca cobrindo as montanhas, fazendo lembrar as paisagens europeias. O frio continuava implacável e só o desjejum da Pousada Brejal pôde nos aquecer por um momento: café, leite, pão caseiro fresquinho, manteiga, queijo minas, frutas, pão francês, bolo de banana e de fubá. Tudo muito apetitoso. Íamos ao Poço da Ingrid, mas o local estava muito encharcado e nos acomodamos pela pousada mesmo, apreciando as brumas da paisagem e andando pelas proximidades da pousada até o horário do almoço. Mais uma vez, nos refastelamos com a deliciosa comida que teve o mesmo cardápio da janta. Por volta das 15h, partimos, já sentindo saudade daquele lugar idílico, pitoresco e bucólico, diferente de tudo que vivemos no dia a dia, na selva urbana.





DICA: a Pousada Brejal é simples, sem luxo, mas tudo é muito limpo e bem cuidado. Geralmente, o grupo fica em quarto compartilhado, onde há beliches. Na pousada há luz elétrica e chuveiro quente em banheiro também compartilhado. Só há um banheiro no interior da casa, unissex. Há mais 2 do lado de fora da casa, mais precários. Para os mochileiros, serve como uma casa de passagem, onde junto à hospedagem, tem a janta e o café da manhã, com preços a combinar com o Senhor Carlinhos e Dona Estefânia. Há também opção de almoço ou janta, sem hospedagem, sendo necessário reserva antecipada. O menu é sempre o mesmo e pode-se escolher entre truta e carne assada. Não há sinal de celular e nem wi fi. A televisão da sala não costuma ser ligada.  No mais, é um passeio para apreciar a natureza, explorar a mata e cachoeiras, uma delas, a do Bracuí (mais conhecida), e sentir a grandiosidade e magia da bela Serra da Bocaina.

Por: Denise Constantino da Fonseca