quarta-feira, 14 de março de 2018

SERRA DO ARIRÓ

O dia 11 de março de 2018 foi um dia especial, de pura aventura e adrenalina. Há algum tempo que sentia falta de uma trilha selvagem e nesse dia me realizei. Saímos com o pessoal da "Passeios e Aventuras" para uma trilha ainda não explorada, em Angra dos Reis, mais especificamente na Serra do Ariró, entrando pelo bairro Zungu, que chamamos de "Caminho de Pedra". A van, com 9 pessoas, mais o guia, partiu do centro de Angra às 6 horas e 30 minutos, nos deixando no restaurante Chácara do Ouro, de onde partimos para a trilha de 6 km, às 7h40min. Antes de iniciarmos, nossa guia, Emanuele Calago, nos contou um pouco da história daquele lugar ainda inexplorado no tempo atual e que serviu de rota alternativa de moradores e mais antigamente, de fuga de escravos e contrabando de ouro. Por ser trilha pouco conhecida, o guia foi na frente abrindo caminho com o facão. O caminho é fechado, feito de pedras pé de moleque e estava bem escorregadio devido às últimas chuvas. Havia uma montanha a nossa frente e a subida foi exaustiva, mas o ar puro do mato e o companheirismo do grupo compensou todo o esforço; e quando chegamos mais acima, às 10h20, a vista do Mirante Jurumirim foi deslumbrante. Após várias fotos e admirar a natureza, regressamos, descendo todo o morro, com cuidado para evitar tombos nas pedras sabão e tropeços nos galhos. Pelo caminho também encontramos muitos galhos com espinhos, folhas de urtigas e troncos de árvores que tínhamos de transpor. A única intempérie foram os mosquitos que nos atacavam a cada parada para descanso. Antes da Chácara do Ouro, fizemos uma parada estratégica em uma propriedade particular, onde o dono, gentilmente, nos permitiu a entrada para conhecermos a Cachoeira do Nevoeiro. Trata-se de uma cachoeira majestosa, cercada por pedras, com um pequeno poço para banho. Fizemos um pequeno lanche e descansamos ao mesmo tempo que apreciávamos aquela beleza natural selvagem. Ficamos ali cerca de 40 minutos e continuamos nossa aventura nos últimos quilômetros para finalmente chegarmos ao restaurante Chácara do Ouro para nosso almoço. O sistema é self service sem balança. Paga-se 40 reais e come-se à vontade, comida caseira, de roça, com todo tipo de carnes, saladas, feijão, arroz, purê, lasanha, legumes e banana frita. Após o almoço, fomos todos para a cachoeira do restaurante, que também não deixa de ser um esplendor para os olhos e um refresco para o calor do dia. Voltamos para casa mais leves e com o sentimento de desbravamento. Não um desbravar da natureza, porque não é essa a intenção, mas o desbravar de nossos próprios limites, o sentido de transpor as dificuldades e estarmos prontos, através do paralelismo, para transpor os obstáculos da vida. Para isso trilhamos.





Por: Denise Constantino da Fonseca