segunda-feira, 21 de outubro de 2019

UM DIA EM SÃO JOÃO MARCOS

Há 20 km de Mangaratiba, entrando à esquerda para quem vem de Angra dos Reis e à direita para quem vem do Rio de Janeiro, subindo a Serra do Piloto, que liga Mangaratiba a Rio Claro-RJ, encontram-se as memórias,  encravadas na terra, do que foi a proeminente cidade de São João Marcos. A sinuosa Serra do Piloto, construída por ordem de D. Pedro II para escoar o café da região do Vale do Café para o Porto de Mangaratiba, já é uma beleza digna de se admirar. Já no início da serra, podem-se ver ruínas de construções históricas. Mais acima, chegamos ao Mirante Imperial, onde termos uma belíssima vista panorâmica do litoral, vales e montanhas. Passamos também pela Cachoeira dos Escravos, onde os escravos se refrescavam da labuta, durante a construção da estrada. 
O Parque Arqueológico e Ambiental São João Marcos nos acolhe com um lindo caminho arborizado, em meio à Mata Atlântica, com o chão coberto de folhas trazidas pelo sopro do vento que sussurra docemente entre as árvores, fazendo chover pequenas penugens dos galhos, nos brindando com uma pintura bucólica de contos de fada. Fizemos uma parada para apreciar a Ponte Nova, feita em Cantaria, no estilo romano, por onde corre debaixo um pedaço do Rio do Saco. Particularmente, sinto uma atração muito singular pela história de São João Marcos, tão trágica, triste e romântica. Que foi de um tempo áureo, de riqueza cultural e histórica ao profundo fim. Para conhecer mais sobre São João Marcos, o Centro de Memória e Espaço Obra Escola oferece uma maquete da cidade antes da destruição, cartazes explicativos e ainda exibe um filme de 15 minutos com depoimentos de ex-moradores, declarando a nostalgia e suas lembranças, que comovem e emocionam. É preciso caminhar pelo Parque, buscando as placas indicativas das ruínas, o antes nas placas e o depois, ao vivo e a cores. A área verde é agradável e bela, ótimo para fotos. Podemos nos projetar mentalmente aos tempos em que a cidade estava erguida e possuía grande potencial econômico. Choca saber que tudo aquilo foi sacrificado em prol do progresso de outro município, no caso, Rio de Janeiro, na época, em 1940, capital do Brasil. A paz que reina no Parque, em meio aos pedaços de São João Marcos, deve ser parecido com a que existia entre os moradores ao se encontrarem na Praça da Matriz, para um preguiçoso bate-papo de fim de tarde. 
Por volta das 13h partimos do Parque até o Empório Barreira, descendo a Serra do Piloto em direção à Mangaratiba. Dentro da propriedade do restaurante, pegando uma trilha de 15 minutos descendo e depois mais 15 minutos subindo, encontra-se o Poço Curumin, ótimo para um refresco no calor. Além da comida maravilhosa, com um preço justo, não há como perder o delicioso cafezinho do Empório. Nunca bebi outro igual. 
 Cachoeira dos Escravos


 Igreja da Matriz

 Casa do Capitão-Mor

 pedaços da Igreja da Matriz

 Teatro Municipal Tibiriça


cafezinho do Empório Barreira


Quem nos levou foi Passeios e Aventuras, sob o guiamento de Emanuele Calago.

Por: Denise Constantino em 19/10/19

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

CACHOEIRA DOS MACAQUINHOS NA BOCAINA


A aventura do fim de semana foi com o grupo Passeios e Aventuras. O grupo de 4 pessoas, guiado pela guia credenciada Emanuele Calago, partiu do centro de Angra às 6 horas do dia 24 de agosto, um sábado de tempo nublado, com promessa de sol, para Bananal-SP. Uma hora depois, estávamos tomando o desjejum em Lídice. Chegamos a Bananal às 8h30m, quando iniciamos a subida para a serra da Bocaina. Uma hora depois chegamos à Pousada Brejal e fomos recebidos calorosamente pela Sra Estefânia e seu esposo, Sr. Carlinhos. Acomodamos as mochilas no quarto onde passaríamos a noite, e em seguida saímos para nossa aventura, na caminhonete do Sr. Carlinhos, às 10h10m. O sol prometido apareceu timidamente e logo deu espaço às nuvens e frio. Em determinado ponto, onde a lama tomava conta da estrada, continuamos a pé por cerca de 6 km até a Cachoeira dos Macaquinhos e Poço do Anjinho, maravilhas da natureza, pouco conhecidos por turistas, mata adentro. Desviando das poças d’água e lama, embrenhamos na mata, trilhando por 1,5 km, com poucas subidas. Às 12h50m, chegamos à linda Cachoeira dos Macaquinhos. O sol não adentrava a mata e fazia muito frio, o que desencorajou o grupo a banhar-se na água congelante. Mais 50 m acima, chegamos ao Poço do Anjinho, que tem esse nome porque há muitos anos atrás, o corpo de um menino foi encontrado ali. À margem do córrego acima do poço, sentamos para lanchar e descansar. Ouviam-se somente os cantos dos pássaros e o som da cachoeira que despencava mais abaixo. Iniciamos a descida às 14h10m em uma longa caminhada até onde o carro estava estacionado. No meio do caminho, além do frio, enfrentamos a fina chuva, que tornou a sensação térmica ainda mais baixa. Quando já estávamos na parte baixa, após sairmos da mata fechada, antes de uma porteira, havia um boi em nosso caminho. Enorme, chifrudo, que nos encarou, relutante, como a pedir que abríssemos o portão para lhe dar passagem e também com medo de nós, medo esse, recíproco. Posicionamo-nos mais atrás, temerosos, enquanto a guia tentava espantá-lo. Não logrou êxito e ainda por cima, o boi ficou irritado, bufou e mostrou rudeza e hostilidade, o que nos fez afastarmos ainda mais. Emanuele foi com cuidado e devagar rente ao mato e pelo canto, conseguiu abrir o portão. Logo, ele seguiu adiante, com seu corpanzil, a nossa frente. Depois de alguns minutos seguindo atrás do boi, ele entrou numa bifurcação e seguimos mais tranquilos. Depois ficamos sabendo que é o boi mais bravo da redondeza. Esse episódio rendeu boas gargalhadas e piadas até no outro dia.




Chegamos ao carro, encharcados e com muito frio, às 17h5m. Logo escureceu e a chuva fina não deu trégua. Após todos tomarem banho, para abrir o apetite, uma cachacinha de Cambuci e logo após, tivemos um jantar maravilhoso, feito em fogão à lenha e muito farto: arroz, feijão carioca, batatas coradas, salada, truta ou carne assada, farofa e de sobremesa, goiabada caseira com queijo minas. Sem TV e wi fi e com a casa lotada de visitantes, restou nos recolhermos ao quarto compartilhado para uma boa prosa e dormir cedo. Às 20h30m, já estávamos dormindo.





O domingo amanheceu com um chuvisco frio e uma névoa branca cobrindo as montanhas, fazendo lembrar as paisagens europeias. O frio continuava implacável e só o desjejum da Pousada Brejal pôde nos aquecer por um momento: café, leite, pão caseiro fresquinho, manteiga, queijo minas, frutas, pão francês, bolo de banana e de fubá. Tudo muito apetitoso. Íamos ao Poço da Ingrid, mas o local estava muito encharcado e nos acomodamos pela pousada mesmo, apreciando as brumas da paisagem e andando pelas proximidades da pousada até o horário do almoço. Mais uma vez, nos refastelamos com a deliciosa comida que teve o mesmo cardápio da janta. Por volta das 15h, partimos, já sentindo saudade daquele lugar idílico, pitoresco e bucólico, diferente de tudo que vivemos no dia a dia, na selva urbana.





DICA: a Pousada Brejal é simples, sem luxo, mas tudo é muito limpo e bem cuidado. Geralmente, o grupo fica em quarto compartilhado, onde há beliches. Na pousada há luz elétrica e chuveiro quente em banheiro também compartilhado. Só há um banheiro no interior da casa, unissex. Há mais 2 do lado de fora da casa, mais precários. Para os mochileiros, serve como uma casa de passagem, onde junto à hospedagem, tem a janta e o café da manhã, com preços a combinar com o Senhor Carlinhos e Dona Estefânia. Há também opção de almoço ou janta, sem hospedagem, sendo necessário reserva antecipada. O menu é sempre o mesmo e pode-se escolher entre truta e carne assada. Não há sinal de celular e nem wi fi. A televisão da sala não costuma ser ligada.  No mais, é um passeio para apreciar a natureza, explorar a mata e cachoeiras, uma delas, a do Bracuí (mais conhecida), e sentir a grandiosidade e magia da bela Serra da Bocaina.

Por: Denise Constantino da Fonseca

domingo, 26 de maio de 2019

FÉRIAS EM URUBICI


Férias de maio. Depois do Bourbon – Festival de jazz em Paraty, parti para Urubici, dia 15, numa quarta-feira quente, mas com o sol escondido entre as nuvens. O primeiro dia foi dedicado plenamente ao deslocamento. Às 7h, parti de Angra dos Reis para o Rio de Janeiro, uma viagem morrinhenta que durou mais de 3 horas. Fui direto para o aeroporto Santos Dumont, de táxi: 40 reais. Confesso que ainda tenho receio de usar Uber. Às 14h10m, em ponto, o voo da Gol decolou para Florianópolis, com conexão em São Paulo. Às 17h30m, pontualmente, pousamos no Aeroporto Hercílio Luz. Débora, da agência de Turismo Serra Sul, já estava me aguardando. Seu esposo, Zé Marcos, aguardava no carro. Seguimos para mais 3 horas de estrada. Paramos numa lanchonete no meio do caminho para jantarmos, já que corria o risco de chegar em Urubici e não ter onde comer. Chegamos à pousada Flor de Tuna, do simpático casal Cristiane e Maurício, no coração da cidade, por volta das 9h30m. A cidade parecia dormir. O jeito foi fazer o mesmo, após um banho quente e revigorante. A pousada é simples, porém aconchegante. Os apartamentos são amplos com todas as amenidades necessárias, inclusive aquecedor e lençol térmico. O café da manhã é maravilhoso, tudo feito pela Cristiane: bolos, pães, mel, geleias, suco, queijo, frutas. A chave da cozinha fica junto à chave do quarto, para entrarmos a qualquer hora. Tudo isso regado a uma boa conversa que os proprietários adoram ter com os hóspedes.
     No primeiro dia de aventura, dia 16/05, saímos da pousada às 9h30m.  A temperatura era de 10 graus. Antes, passei na padaria ao lado da pousada para comprar o lanche de trilha. O atrativo do dia foi a Serra dos Altos do Corvo Branco, há 30 km da cidade, percorrendo uma linda área verde com fazendas, sítios e montanhas. A Serra do Corvo Branco tem esse nome em homenagem ao urubu-rei, que habitava os paredões da encosta rochosa. A estrada é de terra com curvas em formato de S, ligando Urubici a Grão Pará. Após as fotos, ainda no meio de um pouco de neblina, subimos para os Altos do Corvo Branco. A taxa para entrar é 20 reais, paga diretamente ao guia. A trilha, ladeira acima, tem 4,5 km, somando ida e volta, a 1250 metros de altitude. Lá em cima, a sensação térmica era de 9 graus. E mesmo com sol e céu azul, a neblina escondeu boa parte das paisagens das montanhas e dos vales. Lanchamos lá no topo da montanha, aguardando as nuvens se movimentarem. Os passeios em Urubici possuem essa particularidade, ficamos à mercê dos ventos e das neblinas que escondem as imponentes paisagens. Logo após lancharmos, descemos a trilha. No caminho, paramos na fábrica de chocolate Avencal, onde apreciei um delicioso e cremoso chocolate quente. Os chocolates Avencal são saborosos e me arrependi por não comprado mais. À tarde foi livre e aproveitei para explorar a pequena cidade de 11 mil habitantes, onde a concentração de lojas, restaurantes, lanchonetes, cafeterias e supermercados estão na Avenida Adolfo Konder, uma reta de 6 km, ida e volta. Urubici possui ruas impecáveis, não há desabrigados, não há violência, a polícia pouco é chamada, não há vida noturna; os restaurantes atendem até as 22h. Jantei no restaurante Sêmola, de restaurante italiano, inclusive comandado por um chef italiano legítimo. Nota 10 para a massa que escolhi.




2º dia de aventura – 17/05 - o tempo amanheceu nebuloso e frio. Destino: Serra do Rio do Rastro, a 86 km de Urubici, passando por Bom Jardim da Serra e da entrada para São Joaquim.  A Serra do Rio do Rastro liga o litoral sul de Florianópolis à serra. São curvas sinuosas entre encostas de rocha na montanha, similares a do Corvo Branco. Tem esse nome devido a ter sido rota de tropeiros, que deixavam que seus cavalos escolhessem o melhor caminho para chegar ao seu destino. Do caminho escolhido pelos animais surgiu a estrada de hoje. Estava muito frio, e não me vesti adequadamente. Após apreciar a serra e sentir o gostinho de passear pelas curvas, subimos para o mirante, de onde havia outra visão da serra. Logo, a neblina tomou conta de tudo, o frio apertou e a chuva fina chegou. O plano era visitar o Cânion Laranjeira, mas o tempo não ajudou. Almocei no restaurante do Mirante e o guia ofereceu um passeio paliativo. Passamos pelas ruas de Bom Jardim da Serra e depois fizemos parada em São Joaquim, conhecida pelas temperaturas negativas durante o inverno. O sol resolveu surgir na parte da tarde e estava reconfortante diante da brisa fria. São Joaquim está a 60 km de Urubici. É maior que sua vizinha, mas tão bem estruturada e limpa quanto. Na praça, há um monumento que conta toda a história da cidade, ao lado da prefeitura. Há também a Igreja da Matriz, de 1924, feita em pedra vulcânica da região, o basalto. Em seguida, fomos à vinícola Francioni. Trata-se da vinícola mais linda que já visitei. A Sede é uma obra de arte, inclusive possui uma galeria onde artistas renomadas já tiveram suas obras expostas. Para minha sorte, havia um funcionário em experiência e fui contemplada com um tour gratuito. Exponho aqui meus parabéns ao jovem estudante de Direito, que só com 10 dias de trabalho já mostrou grande conhecimento sobre vinhos. No final do tour, como de praxe, seguiu-se a degustação de 6 rótulos: espumante, rosé (Vila Francioni – que Madonna adorou, quando esteve no Brasil), 1 Chardonnay, o carro chefe da vinícola – o tinto Francesco, e mais 2 tintos - um em homenagem a Juarez Machado e um mais encorpado. Confesso que nunca havia provado vinhos tão finos e elegantes, nem mesmo no famoso reduto de vinhos, Chile.  Ainda paramos na Cachoeira Barrinhas, no meio do caminho de volta, antes de retornar à pousada. Nessa segunda noite, jantei um caldo no Bodegão, na mesma rua da pousada e bem próximo. A porção é frugal e o preço não foi proporcional.

 Serra do Rio do Rastro


 Cachoeira de Barrinhas

 Vinícola Francioni



Igreja da Matriz em São Joquim

3º dia – 18/05: dia do tour Eco serra. O tempo ainda estava nublado e com chuvisco. Primeira atração foi a Cachoeira Avencal, a 8 km do centro. Uma belíssima queda de 100 metros em local agradável, onde a pessoa paga uma quantia e pode passar o dia no parque, participando de várias atividades ao ar livre. Não foi meu caso. Paguei 7 reais apenas para ter uma visão privilegiada da cachoeira. Pena que a luz do sol não ajudou. A segunda atração foram as inscrições rupestres, que também ficam em propriedade particular. Paguei 6 reais para entrar. Trata-se de alguns rochedos onde há inscrições feitas pelos índios, antigos moradores da região, aproximadamente 1000 anos atrás. A seguir, no coração de Urubici, visitei a Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, em homenagem a uma santa portuguesa. Todos chamam de Igreja da Matriz. Seu estilo é gótico moderno, construída em concreto armado, graças aos donativos da população, sensibilizada após o desmoronamento da primeira Igreja da Matriz. A arquitetura da igreja é muito bonita e vale a pena fazer muitas fotos. Em seguida, fomos ao Morro do Campestre, a 1280 metros de altitude, em propriedade particular, após pagar 5 reais. Resolvemos subir a ladeira a pé e no meio do caminho me arrependi, mas cheguei inteira. Lá em cima há uma formação rochosa, em arenito, parecida com a famosa Pedra Furada. A vista panorâmica é para o vale do Rio Canoas, fazendas e montanhas. É um lindo passeio. Para finalizar o dia, fui à Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, a 10 km do centro. É um santuário, onde há uma queda no meio de um lago e imagens de santos nas rochas. É um lugar de fé, de silêncio e tranquilidade. Fim do dia. Jantei novamente no Restaurante Sêmola, uma lasanha. Como era sábado, estava lotado e o atendimento estava lento e enrolado.





4º e último dia de passeio: 19/05 – Amanheceu um lindo dia de sol. Plano: trilha para a Pedra Furada. Levaríamos 5 horas somando ida e volta. Porém, Zé Marcos me deu uma notícia nada agradável e fiquei decepcionada: seria muito arriscado fazer a trilha devido às chuvas dos últimos dias na serra. O solo deveria estar muito encharcado, com charcos onde afundaríamos até os joelhos e há descidas íngremes em pedras, que deveriam estar escorregadias e que exigem mais técnica. Não me restou escolha e por não querer correr riscos, concordei em fazer outra atividade em substituição. Subimos até o Morro da Igreja, distante 30 km do centro, localizado no Parque Nacional de São Joaquim, a 1822 metros de altitude, onde existe um radar meteorológico e onde foi registrada a temperatura de -17º. É uma área militar, não cobra para acesso, mas necessita de autorização antecipada. Geralmente há uma fila na entrada, pois só podem subir 30 carros por vez até o mirante. Aguardamos nossa vez por aproximadamente 20 minutos. Do cume, avistamos a Pedra Furada de longe e a Serra Geral circundando, majestosa. Como consolo e para não ficar de água na boca por não ter feito a trilha, caminhamos 1 km aproximadamente pelas escarpas e charcos até outro mirante para a grande serra. Em seguida, descemos o morro e fomos até a cachoeira Véu de Noiva, que fica numa propriedade particular. Paguei 5 reais para entrar. Após apreciar a cachoeira, subimos uma trilha de 500 metros até ao local onde fica o espaço da tirolesa. Depois, fizemos outra trilha, descendo até a Cachoeira dos Namorados. O almoço foi no restaurante ali mesmo, um self service muito delicioso.
     Fim do tour em Urubici. Andei pela quase deserta Adolfo Konder para me despedir da cidade, com a sensação de que poderia ficar mais dias e conhecer outros pontos daquela paisagem bucólica, uma plena natureza selvagem.
     Fui para Florianópolis de ônibus, às 7h45m, pela empresa Reunidas, na segunda-feira. Levou 4 horas de viagem. Passei o resto do dia e a noite na Ilha Magia. Terça-feira, voltei para casa.


  






Por: Denise Constantino 

segunda-feira, 25 de março de 2019

Um dia em São Luís de Paraitinga


Dia 17 de março de 2019 foi a vez de conhecer São Luís de Paraitinga com o grupo Passeios e Aventuras: Emanuele Calago, nossa guia, Lúcia, Rosinha, Ivonete e eu, que relato nosso passeio de bate-volta. Saímos de Angra por volta das 5h30m, no domingo, que foi o último do verão. O dia estava nublado, mas o sol estava para surgir a qualquer momento. Às 8h, chegamos a Cunha, onde tomamos café reforçado na Confeitaria Naia. O pão de batata com queijo minas e o cappuccino estavam deliciosos. A cidade, preguiçosamente, acordava e vimos poucas pessoas circulando pelas ruas. Exatamente às 8h35m, partimos rumo à Cachoeira Grande, no vilarejo chamado Lagoinha. Chegamos às 10h10m. Dessa vez não haveria caminhos íngremes, lamacentos, pedras e riachos para transpor, seria apenas um passeio para relaxar. A entrada para a cachoeira custa 15 reais e não pode levar isopor, ou seja, tem de consumir no bar e no  restaurante do espaço. A estrutura é bem satisfatória, com banheiros, mesas e cadeiras e bastante espaço para desfrutar e se refrescar na belíssima cachoeira Grande. Ficamos encantadas com a grandeza da cachoeira, de 38 metros de queda livre, formada pelas águas do rio Pinhal. Logo, escolhemos uma mesa para ficarmos de frente, admirando aquela obra da natureza. Lógico que nos banhamos na piscina de águas rasas, como um batismo. Para o almoço, saboreamos tilápia, arroz, feijão, legumes e batatas fritas. Tudo delicioso, com gosto caseiro e de roça. Depois que a chuva de despedida de verão caiu, partimos para conhecer o centro de Paraitinga. A cidade, que foi tomada por uma enchente em 2010, quando a Igreja da Matriz veio a desmoronar, parecia parada no tempo. Dava para contar quantas pessoas circulavam nas ruas. Senti a preguiça do domingo em uma cidade pequena, sem muitas opções de lazer, fora de temporada, apenas o regalo de uma siesta, no conforto e segurança dos lares. A Igreja da Matriz parecia imponente, diante de sua nova estrutura, com tinta reluzente, na singela praça, onde o coreto colorido se destacava como em um filme vintage. Toda a cidade parecia nova, com casinhas coloridas, recentemente pintadas. O Museu Oswaldo Cruz estava fechado, mas beijei seu busto de bronze e agradeci por seu estudo e contribuição para a ciência no Brasil.
                O rio Paraitinga, corria atrás das construções, cortando a cidade, com a pose de poderoso e ameaçador, com suas águas caudalosas, devido às últimas chuvas na região. Mas, o dia estava lindo e deu vontade de comer as guloseimas da lanchonete do Beto, em frente à praça e ao coreto. Comi uma torta de café e chocolate deliciosa. Ah, o povo de Paraitinga é muito simpático e receptivo e adoram contar sobre o dia da enchente, até porque, a reconstrução da cidade foi rápida e tudo logo voltou ao normal. Até vale uma visita de mais dias para aproveitar melhor o que a natureza e o povo da pequena São Luís de Paraitinga oferecem.

Por: Denise Constantino
 Igreja em Cunha




 Igreja da Matriz reformada


Oswaldo Cruz

quinta-feira, 14 de março de 2019

Cachoeira de Arataquara

Dia 24 de fevereiro de 2019 foi dia de explorar o sertão de Mambucaba até o poço de Arataquara. Saímos de carro, eu e mais 3 pessoas super simpáticas, juntamente à guia Emanuele Calago, às 6:30 do centro de Angra dos Reis. O dia estava quente e o sol logo surgiria entre as montanhas. Dia propício para um banho de cachoeira. Fizemos uma parada no café Soberano, Parque Mambucaba, para lancharmos. Seguimos meia hora depois até o Campo da Gringa e pegamos a estrada de terra, esburacada, íngreme até o ponto final, na ponte que atravessa o rio Mambucaba, o que levou cerca de 50 min. Começamos a trilha de 3,5 km por volta das 9h. Vale alertar que a ponte, que serve de passagem para a comunidade do sertão está em condições críticas e requer cuidados para atravessá-la. Atravessamos uma de cada vez. Fizemos a trilha tranquilamente, parando para fotografias e conversas sobre o local, e o trajeto que deveria nos levar um tempo de 40 minutos, levou mais de 1 hora. Poucos quilômetros antes da cachoeira, atravessamos um riacho. O caminho para chegar à cachoeira estava escondido por galhos, devido às últimas chuvas e ventos que ocorreram no local. Nada que um facão não resolvesse.  Ainda enfrentamos um caminho difícil para descer ao poço, onde as pedras estavam escorregadias. Mas tudo foi recompensado pela água refrescante e verdinha, em meio à mata atlântica, nossa mais pura natureza, em estado bruto, onde o homem ainda não pôs as mãos. Aproveitamos o local até meio dia, quando partimos de volta, com direito a parada para almoço na casa do simpático casal, sr. Paulo e sra. Isa. Fomos recepcionadas pelos 5 cães da casa, muito alegres. Comemos arroz, galinha cozida com aipim, ovo de galinha caipira cozido, feijão e um vegetal que não conhecia, chamado "azedinho", com suco de limão. De sobremesa, doces caseiros: bananada, doce de jaca e doce de leite. Tudo custou apenas 25 reais. Lembrando que antes de irmos para a cachoeira, o almoço foi reservado. Para a digestão, muita conversa e "causos" que só pessoal que mora na roça sabe contar. Levamos a maior parte da tarde nessa conversa bucólica. O retorno até o carro foi mais rápido. Dia agradável e matou a saudade de fazer trilha raiz. Obrigada Emanuele, Rosinha, Ivonete e Lúcia.





Por: Denise Constantino


quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

ILHABELA - A ILHA É MESMO BELA

Resolvi ter uma mini férias em Ilhabela no verão de janeiro para comemorar meu aniversário. Somente 4 dias, contando com o tempo gasto em ônibus, ou seja, de aproveitamento, apenas 2 dias e 1 noite. Mas, foi satisfatório para o momento. Uns dias antes quase me arrependi, pois vi nos noticiários que todas as praias de Ilhabela estavam impróprias para banho; mas segui adiante. O ônibus saiu da rodoviária de Angra, vindo do Rio, às 11h30m. Parou em Paraty por 30 minutos para almoço, depois em Ubatuba e Caraguatatuba, chegando em São Sebastião por volta das 17h15m. Pegamos táxi para as barcas e conseguimos ir em uma que já estava saindo. A tarde estava linda, ensolarada, quente e o mar calmo com águas azuis, o que fez meu ânimo voltar. Levou apenas 20 minutos para chegarmos ao outro lado. Pegamos um táxi para o Hotel Fita Azul, no coração da vila, por volta das 18h15m. Exploramos o hotel e fomos conhecer a bonita vila de Ilhabela, onde o comércio é ativo com várias lojinhas bonitas e restaurantes agradáveis, além de um píer ótimo para ver o pôr do sol. Aproveitamos para comprar um passeio na Jeep Tour para o dia seguinte: Praia de Castelhanos de jeep, voltando de flex boat. À noite, jantamos no restaurante Caranguejo, onde a noite foi regada pela ótima interpretação de um cantor local e ao bom serviço dos garçons. No dia seguinte, após o café da manhã, às 9h30m em ponto estávamos na sede da Jeep Tour para nossa aventura. Seguimos num grupo de 8 pessoas para o Parque Estadual, onde paramos na portaria para nos refrescarmos na fria e transparente água da cachoeira Água Branca. Rumamos para os 15 km até a Praia de Castelhanos por uma estrada de terra e cascalhos, saracoteando no banco do jeep. Chegamos por volta das 11h15m e fomos direto fazer a trilha de 4km até a Cachoeira do Gato. Levamos 40 minutos, subindo em pleno calor. A vista da cachoeira de 80 metros valeu cada passo e cada suor. Após um banho refrescante e muitas fotos, retornamos por mais 4km até a Praia de Castelhanos, onde fomos direto almoçar em um dos diversos quiosques existentes. Devido ao intenso calor, não fomos ao mirante ver a forma de coração da praia, preferimos ficar na areia contemplando o céu azul e as ondas amenas no lindo mar verde da praia. Às 16h, embarcamos no barco para voltarmos. Como prometido, o barco foi margeando a costa, onde pudemos apreciar diversas praias que não tinham acesso por carro. Paramos em apenas 2: Eustáquio e Fome, onde pudemos mergulhar de snorkel. Depois de muita emoção e saracoteios no mar revolto, chegamos à vila por volta das 18h. Tomamos banho e fomos jantar. Dessa vez, escolhemos o restaurante Manjericão, onde comemos uma deliciosa pizza. Não combinamos nada para o dia seguinte, então fomos passear pela orla até a Praia de Perequê e depois pegamos o ônibus (climatizado) até a praia do Viana para nos espreguiçarmos debaixo das árvores e almoçarmos no maravilhoso restaurante Viana. Surpreendi-me que mesmo diante das bandeiras vermelhas, os turistas não se intimidaram e se banhavam normalmente nas praias.
Á tarde, desfrutamos a piscina do hotel e arrumamos as malas para partir cedo no dia seguinte. Comemos um sanduíche com chopp na lanchonete Borrachudo e pronto, sono dos anjos.

OBS: um item que não pode faltar na bagagem de ninguém: repelente. Até mesmo nas ruas da Vila e em qualquer praia, os borrachudos atacam sem dó. Voltei com várias picadas para casa.
 Pôr do sol na Vila

 Trilha Castelhanos x Cachoeira do Gato

 Cachoeira do Gato

 Praia de Castelhanos

 Praia da Fome



Viajamos eu (Denise Constantino) e Ari Moreira em 15 a 18 de janeiro de 2019.