segunda-feira, 29 de agosto de 2016

PICO PÃO DE AÇÚCAR - PARATY-MIRIM

Domingo, dia 28 de agosto de 2016. Sol esplendoroso, bem forte, nem um pouco típico de inverno. As cores azul, verde e violeta preponderando numa aquarela magnífica de luz: céu, mar, montanhas. Saí de casa às 5 horas para a Trilha ao Pico do Pão de Açúcar, em Paraty-Mirim. Esse nome é devido a sua semelhança com o cartão postal do Rio de Janeiro, de mesmo nome. O pico mede 438 metros, 42 metros a mais que seu irmão original. Fomos de van, eu e o grupo Passeios e Aventuras, de Angra a Paraty-Mirim, uma viagem que durou um pouco mais de 1 hora e 30 minutos. Em Paraty-Mirim, com o dia despertando, partimos de barco às 7 horas e 40 minutos para a Praia do Cruzeiro. O trajeto durou cerca de 40 minutos. Ainda a bordo, fizemos nossa refeição matinal, com a colaboração de todos.

Coruja nos dando bom dia em Paraty-Mirim

Chegamos à Praia do Cruzeiro às 8 horas e trinta minutos. Caminhamos cerca de 300 metros até o restaurante onde almoçamos mais tarde. Dali, depois de irmos ao banheiro e nos prepararmos, iniciamos a subida às 9 horas em ponto. 


O esforço já começa logo no início da trilha com uma subida bem íngreme e escorregadia. O terreno estava bem seco. Sorte ter raízes no chão e vários galhos na mata que servem de apoio. Não pensem que o esforço diminui em algum momento da trilha, a subida é constante até o cume do Pico. Necessário ter um bom condicionamento físico e disposição. Importante levar água, não há córrego  e nenhum sinal de água pelo caminho. Levamos cerca de 1 hora e 20 minutos para chegarmos ao destino, em passos moderados. Lá em cima, não há árvores, portanto, não há sombra. Sorte que havia um vento agradável que não deixou que o sol nos castigasse inteiramente. Imprescindível levar protetor solar. A visão do Saco de Mamanguá é sensacional, mágica, uma visão do paraíso de cor azul.





Ficamos lá em cima aproveitando a paisagem, fazendo fotos, apreciando, conversando, brincando, rindo, confraternizando até um pouco mais de meio-dia. O grande incômodo foram os insetos que nos atacaram impiedosamente. Vale muito a pena levar repelente. A descida não foi nada melhor que a subida. Forçou muito as pernas e principalmente, os joelhos. O terreno estava bem escorregadio, alguns locais precisei me arrastar para não cair. No final, quando cheguei na Praia do Cruzeiro, de volta, já 1 hora da tarde, minhas pernas estavam trêmulas e o estômago pedindo comida. Antes, tomei uma ducha ao lado do restaurante para refrescar. O almoço foi no Quiosque Pão do Açúcar e custou 30 reais o prato feito: arroz, feijão, salada, farofa e peixe. Tudo delicioso. Após o almoço revigorante, o sono me castigou. Saímos da Praia do Cruzeiro às 16 h de barco para Paraty-Mirim. Às 19 horas já estava no aconchego de minha casa, em Angra dos Reis. 
Para quem for fazer essa trilha, leve água, repelente, protetor solar, gatorade, se o dia estiver quente;  fruta e barra de cereais para o intervalo entre café da manhã e almoço. 

Cão que nos acompanhou na trilha desde a Praia do Cruzeiro


Por: Denise Constantino

CIDADES HISTÓRICAS DE MINAS

Gostaria de relatar minha viagem de mochileira, ônibus a ônibus, em que por 10 dias voltei no tempo e me senti dentro da história de nosso país, na época do Brasil colônia, dos desbravadores de terras, caçadores de ouro e exploradores de negros. Foi um verdadeiro “déjà vu”. O ponto de partida foi um banho de arte e natureza. Passamos por Belo Horizonte (centro sujo, cheio de mendigos) e fomos ao Instituto Inhotim, situado em um vilarejo chamado Brumadinho, a 1h e meia de BH. Inhotim nos expõe a integração da arte à natureza. As obras de arte, em estilo contemporâneo, são expostas ao ar livre e interagem com o público. Fazem-nos sentir pequenos diante de tanta beleza e ao mesmo tempo, grandes, por estarmos tendo a oportunidade de magnífica contemplação.

A viagem pela história começou por Ouro Preto. Fiquei na Pousada Casa dos Contos. Uma casa antiga, aconchegante, preço bom, os funcionários esbanjam simpatia e é próximo ao centro histórico. Na Praça Tiradentes, fui invadida pelo deslumbramento diante da beleza do local. Olhei para o alto e vi a estátua de Tiradentes. Ali sua cabeça foi exposta, depois de ter sido enforcado no Rio de Janeiro. O Museu da Inconfidência, onde antigamente funcionava a Câmara e cadeia da cidade Vila Rica, impressiona e merece que percamos horas lá dentro apreciando os objetos usados na época. Podia ouvir os clamores dos presos e as tramoias dos políticos entre aquelas paredes de pedra fria e ambiente escuro. Paga-se 7,00 para a visita. Visitamos várias igrejas e todas cobram a entrada, que geralmente custa 2,00. São igrejas riquíssimas, talhadas a ouro, em estilo barroco ou rococó, com obras de Aleijadinho e Mestre Athaíde. Visitei uma mina que já foi explorada e de onde se retirou muito ouro. O guia nos contou a história do sofrimento dos escravos naquele local e enquanto passava pelo beco escuro e estreito, podia ouvir a respiração ofegante deles, o som das picaretas cavando, o cansaço e a dor. A mina ainda é de ouro, literalmente, para o dono do terreno, que cobra 15,00 por pessoa para um curto trajeto. No observatório astronômico da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, vi saturno e passeei por seus anéis. A olho nu era apenas um ponto luminoso no céu negro, mas olhando pelo microscópio gigante, vi nitidamente o planeta envolto pelo anel. Passei por chafarizes, pontes e casarios que eram museus a céu aberto e casas de personalidades importantes na época. Pude visualizar Marília se encontrando com Dirceu na ponte que hoje leva o nome da musa de Tomás Antônio Gonzaga. Do alto da cidade vê-se uma casa na colina, abaixo do Pico do Itacolomi. É a casa onde se reuniam os inconfidentes. Podiam-se ouvir as conspirações para a liberdade. Ouro Preto é aconchegante, bela e merece uma boa exploração de sua história, mas é necessário ter disposição para subir e descer suas ruelas de pedras inclinadas e íngremes. Fui de trem para Mariana. Uma boa experiência diante de uma bela e exuberante paisagem. Em Mariana, cidade que nos remete à época dos pomposos portugueses que tomavam nosso ouro, ouvi o concerto do órgão de Arp Schnitger, na Catedral da Sé. Senti-me nos grandes salões de bailes da aristocracia, no século XVIII. Depois, fui à mina da passagem, onde desci por um carrinho 200 metros abaixo do solo. Lá, extraíam ouro em pó, já de forma mecânica, através das máquinas trazidas pelos ingleses. Há um lago de temperatura estável, onde mergulhadores praticam mergulho em cavernas. Foi uma viagem ao centro da terra que custou 24,00 por pessoa.



De Ouro Preto rumei para Congonhas. Fiquei no centro histórico, onde se concentram as atrações mais importantes da cidade, no Hotel Colonial, uma antiga construção. Dentre os pontos turísticos, destaca-se a Basílica do Senhor Jesus de Matosinhos com as estátuas em pedra sabão dos 12 profetas, feitas por Aleijadinho. Os profetas parecem clamar aos céus, nos advertirem e nos vigiarem. Próximo, há também as 6 capelas com os passos da crucificação de Cristo, que surpreendentemente me emocionaram, diante da perfeição das estátuas em tamanho natural, também feitas por Aleijadinho. Há também um local de eventos e festas religiosas, chamado Romaria, que antes abrigava romeiros que iam à Basílica. Eram pessoas pobres, aflitas, doentes, que iam em busca de milagres. Na própria Basílica, há a sala de ex-votos, com fotos e depoimentos de fé comoventes.

De Congonhas, fui para São João Del Rei. Cidade urbana com centro histórico belíssimo, com pontes de pedras com arcos que parecem medievais, sobre o rio Lenheiros. Fiquei no Hotel Colonial. Ótimo! Pertinho de tudo que é bonito no centro histórico, mas é preciso pechinchar para conseguir um preço bom. Visitei museus: de música, de Tancredo Neves, de artesanato; igrejas, as ruelas de pedra com casas coloniais, solares e ruínas. À noite, numa terça-feira, procurei um restaurante para jantar. Nada! Tudo fechado. Eram 21h e a rua estava quase deserta. Acabei comendo um sanduíche em um trailer, próximo à ponte sobre o rio Lenheiros e foi muito bom. Na noite seguinte, comi uma pizza na Pizzaria Raro, no Largo próximo ao hotel. Recomendo.

De São João, resolvi dar um pulo em Tiradentes de ônibus, pela Estrada Real. Apaixonei-me de cara pela bela Tiradentes e abreviei a estada em São João. Tiradentes é como Paraty, aconchegante, bela, com lojas de artesanato belíssimo, porém, caro; móveis rústicos com bons preços, restaurantes, bares com boa música e cafeterias chamativos. Fiquei hospedada na agradável Pousadium, que serve um café da manhã delicioso. Meu apartamento foi o Alvarenga Peixoto, poeta inconfidente, esposo de Bárbara Eliodora. Visitei um vilarejo chamado Vitoriano Veloso, cujo apelido é Bichinhos, porque assim os senhores de fazendas chamavam seus escravos. Vitoriano Veloso foi um inconfidente que foi castigado pelas ruas do Rio de Janeiro após a morte de Tiradentes e depois banido para a África, onde faleceu. Em Bichinhos há uma rua só com lojas de artesanato, fonte de renda da população local. Almocei no restaurante da Ângela, muito recomendado e descobri o porquê: boa comida, preço bom, onde podemos nos servir na própria cozinha, em um imenso fogão à lenha. Em Bichinhos, há a Oficina de Agosto, idealizada pelo artista plástico Toti para ajudar a comunidade a ter capacitação para obter sua própria fonte de renda. A caminho de Bichinhos, visitei também uma exposição de carros antigos. Maravilhosa!

No último dia em Tiradente, resolvi fazer um trekking à Serra São José, que é belíssima e emoldura toda a cidade. Foi uma caminhada de 5h e 30m, com um grupo de 13 pessoas mais 2 guias. A agência foi a Uai e cobrou 50,00 por pessoa. Quando olhei lá das ruas de pedra pensei que é quase impossível chegar lá em cima, porém, lá de cima, vemos quanto tudo é pequeno diante da imensidão de um paredão de pedra coberta pela vegetação de cerrado e em parte pela mata atlântica. Dá vontade de gritar: conseguimos! E não foi tão difícil. Pelo contrário, ao invés de ser cansativo, foi relaxante e enobrecedor. A tarde terminou com um delicioso almoço à La mineira. 


Por: Denise Constantino
Viagem realizada em maio de 2011.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

CACHOEIRA DO ESGUICHO

Acordamos bem cedo no domingo, 13 de março de 2016 e marcamos de nos encontrar em uma rua no Parque Mambucaba. A trilha foi organizada por Passeios & Aventuras, grupo da qual faço parte desde ano passado. O dia estava nublado, encoberto por nuvens escuras que ameaçavam chuva a qualquer hora. Havia chovido muito nos dias anteriores. Preparei-me psicologicamente para sujar e molhar o tênis de caminhada. Aguardamos todos chegarem e uma van alugada levou os primeiros 15 aventureiros (eu no meio desses) até a ponte aramada no sertão de Mambucaba, local de chegada para quem faz a trilha da Serra da Bocaina, vindo de São José do Barreiro. A estrada é esburacada, de terra, irregular e não é qualquer carro que passa ileso. Também é pouco habitada e o trajeto sacolejante leva cerca 1 hora e 20 minutos. Lá, tivemos que esperar a van voltar e trazer o grupo restante. A espera foi torturante. Quando finalmente chegaram, a pé, soubemos que o motorista não quis voltar ao ponto final, por causa do mau estado do terreno. Metade do grupo teve de caminhar uns 2 km até onde estávamos esperando, à margem do Rio Mambucaba. Logo partimos, atravessando a ponte e seguindo montanha acima. Todos estavam achando que a trilha era fácil, mas conforme subíamos e andávamos no meio de mato fechado, subindo e descendo pedras, atravessando rios e riachos, passando por fazendas e escassas residências, vimos que o "fácil acesso" era pura ilusão. Levamos cerca de 4 horas para chegar no alto, onde se encontra a Cachoeira do Esguicho. A Cachoeira é majestosa, mas não há um poço para banho que seja de fácil acesso. Há muitas pedras a transpor, escorregadias e perigosas. O tempo continuava fechado e fazia frio, principalmente por causa das gotículas da água que caía estrondosamente. Lanchamos enquanto apreciávamos a queda. Alguns corajosos se banharam. Tiramos muitas fotos e conversamos, todos cansados. Mas ainda havia a volta e a surgiu a vontade de comer um bom prato de comida caseira que a família do guia estava nos preparando, com agendamento prévio, claro. Eu e mais uns 4 trilheiros resolvemos voltar logo, porque havia muito chão pela frente e a hora tinha avançado além do planejado. Caminhamos a passos largos até a simples casa do guia, depois de subirmos um morro de aclive espantoso para matar quem já estava exausto e com fome. Esperamos mais pessoas chegarem e almoçamos. Comida deliciosa, caseira e satisfatória, por um preço baixo. Ainda havia algumas pessoas para trás, inclusive um rapaz que teve câimbras e teve de ser carregado por um burro.  Já eram 4 horas da tarde e havíamos marcado com o motorista às 5, sendo que da casa até a ponte aramado levava 1 hora a passos largos. Mais uma vez, eu e um grupo de 5 pessoas resolvemos ir na frente para segurar o motorista. Fizemos exatamente em 1 hora a caminhada até a ponte. O motorista não estava lá, mas já imaginávamos que ele não iria até ali devido aos estragos da estrada. Então, caminhamos mais uns 2 km até onde a van estava estacionada. 
Saldo positivo: trilhar sempre é bom. Valeu a pena pela paisagem, pela cachoeira, pela aventura e pela comida.
Saldo negativo: o transporte, a dificuldade para chegar e partir da ponte aramada, a espera, em virtude de um único veículo para levar todo mundo, tendo que fazer 2 viagens; não conhecer a distância do caminho. 





 Por: Denise Constantino

CACHOEIRA DE SACO BRAVO

Pensem em um lugar selvagem e belíssimo. Pouco visitado pelo difícil acesso. O caminho que leva até esse paraíso em Paraty não é para qualquer um não e me orgulho de ter conseguido e ter podido desfrutar desse lugar magnífico, de beleza incalculável. Eu, com o grupo da qual faço parte, Passeios & Aventuras saímos bem cedo de Angra, rumo a Paraty, mais especificamente ao Condomínio Laranjeiras, a 40 minutos de Paraty. Lá, aguardamos a única padaria do local abrir, tomamos café e entramos na condução que nos levou até o barco para atravessarmos para Ponta Negra. O dia estava bem fresco, frio até, nada típico para um dia de verão em janeiro. Do mar, enquanto atravessávamos, avistamos a Praia do Sono. O barco não chega até a praia e para desembarcarmos, pequenas canoas e uma lancha levou todos os participantes, aos poucos, até a areia de Ponta Negra. Lá, nos organizamos e partimos para a trilha. É necessário preparo e experiência anterior de trilha, muitos ficaram pelo caminho, logo na primeira subida. Os obstáculos são exatamente isso, muitas subidas íngremes. Caminhamos cerca de 3 horas até finalmente chegarmos na descida para a cachoeira; mas de cima, já ficamos extasiados e paralisados por tamanha beleza.

 Condomínio Laranjeira

 Ponta Negra

Trilha

 A Cachoeira de Saco Bravo cai majestosamente formando uma piscina natural de água gélida, despencando posteriormente no mar. 


Para descer até a cachoeira não é nada fácil. Há uma corda para segurarmos, apoiando os pés em uma pedra, mas só conseguimos porque o guia e outros participantes ajudaram. 




É muito esplendor para um lugar só. Valeu cada esforço, cada suor, cada respiração ofegante, cada dor nas pernas e coração acelerado. Porque lá, o coração se acelera mais ainda, não pelo cansaço dessa vez, mas pela magnificência da paisagem.

A volta foi mais rápida. Cerca de 2h e meia. Após nos refrescarmos no chuveiro disponível na praia, almoçamos em um quiosque em Ponta Negra, previamente agendado. A comida é deliciosa. Em Ponta Negra não há luz e nem sinal de celular e há pousadas para os desprendidos que queiram passar a noite no paraíso. Saímos de Ponta Negra para voltarmos para casa por volta das 16 horas.

Por: Denise Constantino

AS CAVERNAS DE PETAR

A 2ª etapa das férias de 2013 foi aventura pura. Primeiro, eu, Carmen, Karina e André, de carro, fomos a Bragança Paulista, terra natal de Karina. De lá, passamos um dia em Águas de Lindóia e Serra Negra. Em Águas de Lindóia, provamos água, em Serra Negra, provamos vinho e cachaça no vinhedo da Família Carra. Depois de 3 dias, partimos para o sul de São Paulo, rumo a Iporanga, mais especificamente ao PETAR (Parque Estadual Turístico Alto da Ribeira). A aventura começou ao cruzar São Paulo e a Rodovia Regis Bittencourt (risco extremo). Além disso, pegamos um longo trecho de lentidão devido a obras na rodovia. Queríamos passar na Caverna do Diabo, em Eldorado, no caminho para Iporanga, mas tivemos de nos conformar. Para relaxar, incentivados por Karina, começamos a brincar dentro do carro e, distraídos, passamos direto de onde devíamos entrar. Quando percebemos que estávamos perdidos, já estávamos na entrada de Barra do Turvo. André pediu informações a um morador local que nos deu 2 opções para chegarmos a Iporanga: por um caminho de terra, à beira do rio, mas que por ser noite, não era muito seguro; ou fazer o retorno e entrar por Jacupiranga. Optamos pela segunda dica e para fazermos o retorno, subimos um morro de chão de barro, íngreme, escuro, deserto. Não respiramos até chegarmos à rodovia, o que pareceu que demorou um século. Para que ninguém mais cometa esse erro, deve-se ficar atento às placas indicando a Caverna do Diabo. Entrar em Jacupiranga em direção a Eldorado e dali a Iporanga. Chegamos à Pousada das Cavernas por volta de meia-noite e simpaticamente, o gerente nos serviu a janta que havia guardado.



Uma boa noite de sono e alívio e na sexta-feira já estávamos animados para o início da aventura nas cavernas. Calça de tactel ou legging, blusa de manga comprida, tênis com travas, lanterna, capacete (emprestado pela pousada), lanche na mochila, máquina fotográfica, um café da manhã reforçado e muita disposição. O guia, o senhor Paulo, pacientemente nos esperou. Embora o tempo estivesse chuvoso, não desanimamos e rumamos de carro até a portaria. Pagamos 9,00 cada uma, valor para quem não tem carteirinha de estudante. A primeira caverna que visitamos foi a Caverna Água Suja e depois a Cafezal, e para chegarmos até elas, caminhamos pela trilha do Betari, cerca de 7 km, entre subidas, descidas, travessia do rio com correnteza, em pontes balançantes, escadas de madeira, vegetação abundante, chão lamacento e chuva fina.  Respirei fundo e preparei-me psicologicamente para permanecer com os pés molhados durante os quatro dias em PETAR. Mesmo sem chuva há muitos rios para atravessar, fora as cavernas molhadas. A visita à Caverna Água Suja, por exemplo, é praticamente toda dentro da água até o tornozelo. Entre a Água Suja e a Cafezal, fizemos parada na Cachoeira do Betarizinho. A magnificência das cavernas é enorme. Estalagmites, estalactites, rochas calcárias, formações (espeleotemas) que desafiam nossa imaginação, formadas ao longo de milhares de anos, gota a gota, através da paciência da natureza. São cortinas feitas de calcário e outras imagens que nos remetem aos palácios e templos que nos fazem ajoelhar e agradecer por tamanha beleza. Nos momentos de escuridão, quando desligamos as lanternas, ouvimos o silêncio e sentimos a paz que a natureza nos oferece gratuitamente. Depois da Caverna Cafezal, Karina, Carmen e André enfrentaram a água gélida da linda Cachoeira das Andorinhas. Eu fiquei só admirando. Energizante! Antes de voltarmos à Pousada, parada para comer pastel e tomar caldo de cana e fazer compras no mercadinho, que, bucolicamente, ainda sobrevive de anotações em caderneta. A janta foi maravilhosa e completa. Após o jantar, jogo de dominó próximo à lareira ao som de música popular brasileira, tomando o vinho comprado da Família Carra, em Serra Negra. Corpo exausto, pernas doloridas e alma elevada.




No sábado, começamos pertinho, pela Caverna Santana, com acesso fácil e imensas galerias, parecendo uma catedral. Realmente, é uma galeria feita pela natureza, com mais espeleotemas: bolo de noiva, colunas gregas, pata de elefante, uma imagem de Nossa Senhora, porta-retrato e outros que a nossa imaginação permite enxergar. Em Santana, há pontes e escadas que favorecem a caminhada. Depois do lanche, a segunda caverna foi a de Morro Preto, com uma visão interna da entrada de tirar o fôlego. Foi lá, em 1998, por ocasião das comemorações dos 40
anos de PETAR, que aconteceu um concerto para alguns convidados. A última caverna do dia foi a do Couto, uma caverna com vários vestígios de desmoronamento, porque serve de desembocadura do rio. Atravessamos toda a caverna e no final, fomos para a Cachoeira do mesmo nome. Dessa vez, eu também me aventurei a banhar-me nas águas geladas e apesar de sentir-me congelando, senti-me também revigorada.


No Domingo, último dia de aventura nas cavernas, fomos a pé pela trilha das Figueiras, passando realmente por dentro de uma figueira antiga e enorme, subindo por uma escada. Conhecemos a Casa de Farinha e fomos para a Caverna Ouro Grosso. Sua entrada é uma fenda apertadíssima, pela qual passamos engatinhando. O caminho é bastante íngreme, com pedras escorregadias e dificultosas, porém, bem interessante pela adrenalina que proporciona, principalmente por parecer bem misteriosa. Fomos até a primeira cachoeira, último ponto permitido para visita. Apenas Karina se aventurou na água gelada e estrondosa. Depois do lanche, partimos para a última caverna a ser visitada, a Ouro Grosso. Dizem que é a caverna mais estimulante que tem no núcleo, pois podemos atravessá-la com água até o pescoço. Porém, fiquei com receio da água cobrir toda minha cabeça, o que foi comprovado pelo guia e acabamos indo apenas até o início do trajeto molhado e pudemos sentir o gostinho da aventura. Realmente, é deslumbrante e ficou um gostinho de querer se aventurar. Quem sabe, na próxima vez. Nossa intenção era terminar o dia com um passeio de boiacross pelo Rio Betari, porém, o tempo não ajudou, havia muitas nuvens escuras, anunciando chuva com raios e trovoadas e o rio estava muito caudaloso. Voltamos para a agradável Pousada das Cavernas para nossa última ceia e pernoite.


DEPOIS DE PETAR...

No outro dia, saímos logo depois do café da manhã rumo a Maresias, litoral de São Paulo. Antes, paramos na Caverna do Diabo, em Eldorado. A infraestrutura da Caverna do Diabo é grandiosa. Há iluminação artificial, passarelas, pontes, escadas, todo tipo de facilidades para visitar a caverna, que lembra uma catedral do estilo barroco. A Caverna é belíssima, mas não oferece uma coisa: a adrenalina, a aventura e o desafio de transpor obstáculos como pedras, rios, fendas, caminhos estreitos e íngremes como as cavernas selvagens de PETAR. Chegamos a Maresias bem tarde, apenas para dormir. No outro dia, partimos para nossa última etapa da viagem, Ubatuba. Almoçamos e visitamos o aquário. Depois, eu e Carmen entramos no ônibus para Paraty e de Paraty, pegamos outro para Angra. André e Karina continuaram sua viagem. Chegamos a Angra em um dia em que o frio começou a castigar vários estados. Uma grande sorte, seria mais difícil fazer o passeio em PETAR com o frio que começou a fazer quando partimos de lá.
O que trouxe de PETAR? Dores saudáveis no corpo, picadas de mosquito, encantamento total e a vontade de voltar e conhecer as outras cavernas que não pudemos conhecer.



DIÁRIO DO CHILE

1º DIA = 02/05/13:

Viajando desde as 7h da manhã: Angra x Rio x Aeroporto Tom Jobim. Almoço rápido no aeroporto (Spoletto). Check in tranqüilo no guichê da TAM. Pesquisa no Duty Free e embarque. Uma viagem agradável, um lanche aprovado, mas a vontade de chegar era muita. Com algum atraso, o avião pousou no aeroporto Comodoro Arturo Marino Benítez cerca de 19h30m. Correria para passar pelas diversas barreiras: pegar visto de entrada, entregar declaração na barreira agrícola (não podíamos entrar com nenhum desses produtos: iogurte, plantas, frutas, legumes, verduras, etc. Tudo isso para evitar a entrada de pragas nas plantações do Chile, que já possui barreiras naturais: Deserto do Atacama no norte, Cordilheira dos Andes ao leste, Oceano Pacífico a oeste e Patagônia ao sul). O motorista da CTS Turismo Chilean Travel estava nos aguardando. Na correria, entreguei meu visto junto com a declaração de nada consta agrícola e só reparei no Hotel Fundador, quando a recepcionista o pediu. Voltamos de táxi ao aeroporto e consegui outro visto duplicado. Ufa! Lanchamos em uma lanchonete próxima ao hotel, “pollo com papas fritas”. O frango chileno é delicioso, carne macia e com sabor. Zzzzzzzz.

2º DIA = 03/05/13: City tour autônomo.

O café da manhã do Hotel Fundador satisfaz, mas poderia ser melhor, aliás, já provei melhor em hotéis menores e mais baratos. Pão duro, poucas frutas, suco artificial e não tinha bolo. Corremos ao Palácio Moneda (sede da presidência do Chile) para assistir à troca da “guardia”, que acontece um dia sim e outro não. Aliás, uma das vantagens do Hotel Fundador é que sua localização é no centro da cidade, perto de muitos pontos turísticos e acesso ao metrô. Espetáculo bem interessante o “cambio da guardia”, principalmente porque os robustos cães que vivem harmonicamente com os pedestres e motoristas nas ruas de Santiago, acompanham a marcha dos “carabineiros” e ainda ficam no meio do ritual, latindo, como se estivessem dando comando. Partimos para o Centro Cultural La Moneda e depois para a Plaza de Armas, onde visitamos a Catedral Metropolitana do Chile (belíssima e riquíssima) e o Museu Histórico Nacional, também belíssimo. Rumamos, sempre pedindo informações aos santiaguinos, para o Mercado Central. Vimos peixes e crustáceos nunca antes vistos e já com fome, fomos fisgadas pelo “El Galeón”, onde nos informaram que havia outros angrenses almoçando. Não sei quem eram, desfrutamos de uma deliciosa “Paella” e finalmente experimentei o famoso “Pisco sour”, muito parecido com a nossa caipirinha, porém, achei o pisco mais refrescante e delicioso. Aproveitamos e fechamos 4 passeios com a Turistik, que a meu ver, é a empresa turística que comanda o ramo em Santiago e é muito organizada. Do Mercado fomos ao Museu de Arte Contemporânea e o de Belas Artes, formosas arquiteturas antigas e clássicas, com peças modernas em seus interiores. Por fim, fomos a Lastarria, ao GAM – Centro Cultural Gabriela Mistral, magnífico e com cafés bem frequentados. Lastarria é um local agradável, aconchegante e belo. Voltamos correndo para o hotel e nos aprontamos para o “Cena Show” no Restaurante Los Buenos Muchachos. A comida é maravilhosa, sem excesso, na medida certa: uma entrada com direito a uma bebida (pisco sour ou espumante), o prato principal (frango, carne de boi ou peixe), com direito a meia garrafa de vinho e a sobremesa. Tudo isso acompanhado de música chilena e danças típicas de todas as regiões, de norte ao sul e terminando com a dança Rapa Nui, da Ilha de Páscoa. Valeu cada centavo...quero dizer... cada peso chileno.
Troca de guarda no Palácio Moneda

   Feira em Lastarria

3º DIA = 04/05 – Concha y Toro e Parque Nevado.

Escolhemos o vinhedo Concha y Toro pela sua fama e pelos bons vinhos, mas a visita não foi nada diferente da Miolo no Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves.Do lado de fora, pudemos ver a mansão do antigo dono, Dom Melchor, as parreiras e até algumas uvas que ainda não haviam sido colhidas. A visita é bem comercial e teatral na parte em que o guia nos deixa em uma cave e uma voz gutural nos conta a história de um de seus famosos vinhos, o Casillero Del Diablo. A degustação foi feita somente com 2 tipos de vinhos, sem nenhum petisco. O presente foi a taça personalizada. É claro que passamos pela loja e ao contrário do que muitos disseram, não achei o preço alto em comparação ao Brasil, e não tive tempo de pesquisar em supermercado, como aconselhou a guia. Almoçamos no Parque Arauco, na "terraza" do simpático restaurante Tony Roma's, onde comemos massa. À tarde, rumamos para o Parque Nevado. A subida tem paisagens deslumbrantes, principalmente quando começamos a ver a neve. Sim, porque tivemos a sorte de ter chovido antes de nossa chegada e caiu neve na montanha, a primeira nevasca do ano no lado chileno. Quando chegamos lá em cima, a 3200 metros acima do nível do mar, deparamos com imponentes construções, que são os resorts Hotel Valle Nevado, Puerta del Sol e Três Puntas. Ainda não era temporada de esqui, mas as montanhas estavam branquinhas, para nosso deleite. Para nós, que estávamos vendo a neve pela primeira vez, foi sensacional. Fotos, fotos e mais fotos. Pegamos a neve, caminhamos na neve, sob um sol brilhante e acolhedor que nos resguardava do frio. Um único espanto, não o espanto pela beleza do lugar, mas pelo preço da água, cerca de 10 reais a garrafa de 500 ml.


4º DIA = 05/05 – Embalse el Yeso e Termas del Plomo.

Antes das 8h, horário marcado pela Jorge Excursiones, já estávamos na Plaza Itália para subir o Cajón del Maipo. Jorge é um chileno “muy simpático e carismático”. O grupo consistiu de 16 pessoas, dentre brasileiros, um polonês, dois chilenos e um espanhol, mais 3 guias, incluindo o Jorge. Eu e Carmen fomos com o amigo do Jorge em um jeep com tração, o que no percurso foi uma grande sorte. Fizemos uma parada estratégica em San José del Maipo para as últimas compras e para uma bebida quente, pois saí do hotel sem tomar café, porque ainda não havia no buffet. A viagem foi longa, quase 3 horas para chegar ao ponto final e depois caminharmos. O caminho era estreito, entre montanha com pedras soltas e precipício. Mas a paisagem nos enchia os olhos e nos distraía, fazendo-nos apenas curtir o passeio maravilhoso até Termas del Plomo, cerca de 3900 metros acima do nível do mar. A represa de Embalse El Yeso, de cor turquesa, que abastece toda a cidade de Santiago compõe uma das paisagens mais lindas que já vi na vida, com o azul da água contrastando com o branco das montanhas. O frio estava intenso, apesar do sol. Foi difícil deixar aquela vista para trás, mas tínhamos de continuar o caminho. Depois de certa altura, o caminho estava coberto por uma camada de neve e o carro tinha de ser valente, até determinado ponto, quando o deixamos à beira de um riacho, depois de atravessá-lo, e continuamos a pé, subindo a montanha através da neve. Aventura pura. Cansaço, suor, protetor solar, luva, casacos pesados, meias, tombos na neve, caminhada sobre precipícios e Termas del Plomo. Uma pequena cascata e um lago de água quente, com fumaça visível. Estonteante. Havia uma família se banhando (um casal e um menino que mais ou menos 4 anos) que encontramos no caminho, dois rapazes fazendo piquenique com churrasco e vinho e depois chegou outra família que no próprio carro, comia petiscos e bebia espumante. Formas de lazer em pleno domingo chileno. Banhamo-nos na água “caliente”, oriunda dos vários vulcões da Cordilheira, mas quando saímos ficou bem frio. Comemos nosso lanche, nos agasalhamos novamente e rumamos mais para cima com o grupo. Paramos para vislumbrar o visual e depois voltamos, já com o sol querendo se esconder. Na descida da montanha, a saudade foi batendo, vontade de começar tudo de novo, voltar e ficar naquele paraíso silencioso, inóspito, misterioso e tão belo. Paramos novamente em San José del Maipo para comer empanadas e demoramos mais do que o planejado. Já eram quase 22h quando chegamos à Plaza de Armas e voltamos de táxi para o hotel, totalmente revigoradas. Jantamos no restaurante próximo ao hotel, o italiano Picola, muito agradável e de preço justo.
                                



5º DIA = 06/05 – compras

Esse dia, como era segunda e muitos atrativos turísticos não abrem, tínhamos reservado para o comércio, mas o Museu e a Igreja de San Francisco estavam abertos e aproveitamos para visitá-los. Depois, fomos ao Cerro Santa Lucía. Caminhar a pé não foi difícil, nos baseávamos na avenida principal da cidade, que eles chamam de “Alameda”. O Cerro é bonito e embaixo tem uma feira de artesanatos Mapocho. Em frente ao Cerro, do outro lado da rua tem uma feira, onde vendem artesanato, roupas de lã e joias de lapiz-lazúli, pedra típica do Chile. Almoçamos em um restaurante peruano no centro da cidade, andamos pelo Paseo Ahumada e Paseo Estado e depois fomos ao shopping Parque Arauco. Á noite, comemos pizza em um charmoso restaurante em Lastarria. Em plena segunda-feira, me surpreendi com os restaurantes cheios.

6º DIA = 07/05 – Viña del Mar e Valparaiso

Novamente com a Turistik, fizemos esse maravilhoso passeio. Primeiro visitamos a vinícola Emiliana, onde fazem vinhos orgânicos. O local é belíssimo, parecendo mais um jardim do que uma vinícola e bem mais agradável do que Concha y Toro. A guia nos explicou tudo sobre o processo de produção do vinho e a importância sobre cada planta ali existente. Havia muita lavanda e outras flores que serviam para afastar os insetos das parreiras. Havia também plantações de hortaliças e ervas que tinham suas propriedades de benefício às parreiras. Demos folhas para as alpacas, bichinhos bem simpáticos que parecem lhamas. No final, degustamos 4 tipos de vinhos, 2 tintos e 2 brancos, com queijos e biscoitos. Não comprei o vinho deles lá, estava caro, comprei uma garrafa de Coyam, que é uma junção de várias uvas no Duty Free de Santiago, por 14 dólares. De lá, fomos a Valparaiso, cidadã tombada como patrimônio histórico da humanidade. Bem interessante com suas ladeiras e casas coloridas. Visitamos a casa de Pablo Neruda “La Sebastiana” e me emocionei quando toquei a poltrona onde o ilustre escritor sentava-se para deslumbrar a vista do Pacífico, escrevia e descansava. Pensei que ao tocá-la poderia ser tomada por sua brilhante inspiração. Ah, que presunção! Mas... não custa sonhar. O guia nos contou sobre a história da cidade e sua importância na defesa do país durante a colonização. Depois, fomos para Viña del Mar, onde almoçamos em um requintado restaurante do cassino, de frente para o Oceano Pacífico. Emocionante mais uma vez, afinal, estávamos do outro lado da costa, no gelado mar do Pacífico. Fotos, fotos... é claro que tocamos a água e nem estava tão gelada assim, somente 12 graus. Fotos no relógio de flores e acabou. Janta no italiano novamente, que virou nosso point noturno.

Valparaiso

Vina Del Mar- Oceano Pacífico

7º DIA =  08/05 –

Andar de metrô em Santiago não é difícil e fizemos isso muito bem. Fomos ao Cerro San Cristóbal. Subimos de funicular.  Além de ver a cidade e a Cordilheira, já sem neve, vê-se também a camada de poluição que cobre a cidade, uma nuvem bem mais clara do que a que cobre São Paulo. Visitamos alguns pontos no cume, alguns de cunho bem religioso, como a enorme imagem de “Nossa Senhora da Concepción”, que abençoa a cidade. Iniciamos a descida a pé sem saber que o trajeto era bem extenso, já que não é em linha reta e sim em zigue-zague. Devemos ter caminhado cerca de 6 km descendo e chegamos à Avenida Pio Nono, exaustas. Visitamos o famoso Patio Bellavista, com suas charmosas lojas e restaurantes, tudo muito caro. Já havíamos resolvido almoçar no Restaurante Giratorio, em Providencia. Com o cansaço da descida, esquecemos de visitar a La Chascona, outra casa museu de Pablo Neruda, fica para a próxima. Fomos de táxi para Providencia, uma comuna bem agradável, organizada, com árvores, belíssimas e modernas construções e restaurantes maravilhosos. O Restaurante Giratorio é mais uma boa atração turística; é requintado e com o preço acessível. E gira mesmo! O almoço foi acompanhado pelo som de piano, pelo qual nossa mesa passou ao lado, devido ao processo giratório. Muito interessante! Pedi um prato executivo, mais em conta, com direito a tomate recheado com hortaliças de entrada e uma taça de espumante ou pisco sour. O prato principal foi merluza com arroz no creme Champion com direito a vinho tinto ou cerveja, escolhi a cerveja Corona. Muito boa. Terminei com uma pera flambada recheada com doce de leite. Com o estômago saciado, visitamos o Parque de Las Esculturas e junto a elas, algumas bem interessantes, havia muitos estudantes e moradores deitados no gramado, namorando, descansando, dormindo... como uma siesta sem compromisso de terminar. Dali, voltamos de metrô para o centro a fim de comprar umas lembrancinhas para os parentes e amigos e visitar a Estação Central, que mais parece a Central do Brasil, no Rio. Queríamos somente ver o lindo carrossel que admirávamos quando passávamos de carro na avenida. 

N.Sra. Conceição no cume do Cerro San Cristóbal

Teto espelhado do Restaurante Giratório

8º DIA = 09/05

Volta. A espera pelo motorista da CTS foi torturante. Chegamos ao aeroporto mais tarde do que prevíamos e tivemos que nos apressar um pouco. Em vão, porque o voo da Lan, que deveria decolar às 11h50m foi adiado para às 12h50m por problemas operacionais. Compramos algumas coisas no Duty Free e só. Nossa conexão em São Paulo para o Rio teve de ser mudada devido ao atraso. Mas, apesar da correria, deu tudo certo e chegamos ao Rio sãs, salvas e cansadas, mas com a alma revigorada e muita vontade de comer a comidinha brasileira: arroz e feijão.
            Em relação a dinheiro não tive dificuldades. Poucos estabelecimentos lá aceitam nossa moeda. Cerquei-me de todas as formas: cartão de crédito, cartão de débito de conta corrente internacional, cartão pré-pago Global Travel Amex e cash. Já no aeroporto fiz saque com meu cartão bancário. No centro, troquei meus reais por pesos chilenos e usei o cartão pré-pago para fazer compras. Não conseguimos ver tudo em Santiago, motivo para um bis: o Museu de Arte Precolombino estava em reforma; não conseguimos ir ao Museu de Artes Visuales e nem ao Barrio Brasil e Isla Negra. Mas, o que nos foi possível fazer, valeu a pena, principalmente ter subido a Cordilheira dos Andes em plena neve. Santiago é uma bela cidade, organizada, desenvolvida, bem policiada, com a violência controlada.

Por: Denise Constantino