segunda-feira, 21 de outubro de 2019

UM DIA EM SÃO JOÃO MARCOS

Há 20 km de Mangaratiba, entrando à esquerda para quem vem de Angra dos Reis e à direita para quem vem do Rio de Janeiro, subindo a Serra do Piloto, que liga Mangaratiba a Rio Claro-RJ, encontram-se as memórias,  encravadas na terra, do que foi a proeminente cidade de São João Marcos. A sinuosa Serra do Piloto, construída por ordem de D. Pedro II para escoar o café da região do Vale do Café para o Porto de Mangaratiba, já é uma beleza digna de se admirar. Já no início da serra, podem-se ver ruínas de construções históricas. Mais acima, chegamos ao Mirante Imperial, onde termos uma belíssima vista panorâmica do litoral, vales e montanhas. Passamos também pela Cachoeira dos Escravos, onde os escravos se refrescavam da labuta, durante a construção da estrada. 
O Parque Arqueológico e Ambiental São João Marcos nos acolhe com um lindo caminho arborizado, em meio à Mata Atlântica, com o chão coberto de folhas trazidas pelo sopro do vento que sussurra docemente entre as árvores, fazendo chover pequenas penugens dos galhos, nos brindando com uma pintura bucólica de contos de fada. Fizemos uma parada para apreciar a Ponte Nova, feita em Cantaria, no estilo romano, por onde corre debaixo um pedaço do Rio do Saco. Particularmente, sinto uma atração muito singular pela história de São João Marcos, tão trágica, triste e romântica. Que foi de um tempo áureo, de riqueza cultural e histórica ao profundo fim. Para conhecer mais sobre São João Marcos, o Centro de Memória e Espaço Obra Escola oferece uma maquete da cidade antes da destruição, cartazes explicativos e ainda exibe um filme de 15 minutos com depoimentos de ex-moradores, declarando a nostalgia e suas lembranças, que comovem e emocionam. É preciso caminhar pelo Parque, buscando as placas indicativas das ruínas, o antes nas placas e o depois, ao vivo e a cores. A área verde é agradável e bela, ótimo para fotos. Podemos nos projetar mentalmente aos tempos em que a cidade estava erguida e possuía grande potencial econômico. Choca saber que tudo aquilo foi sacrificado em prol do progresso de outro município, no caso, Rio de Janeiro, na época, em 1940, capital do Brasil. A paz que reina no Parque, em meio aos pedaços de São João Marcos, deve ser parecido com a que existia entre os moradores ao se encontrarem na Praça da Matriz, para um preguiçoso bate-papo de fim de tarde. 
Por volta das 13h partimos do Parque até o Empório Barreira, descendo a Serra do Piloto em direção à Mangaratiba. Dentro da propriedade do restaurante, pegando uma trilha de 15 minutos descendo e depois mais 15 minutos subindo, encontra-se o Poço Curumin, ótimo para um refresco no calor. Além da comida maravilhosa, com um preço justo, não há como perder o delicioso cafezinho do Empório. Nunca bebi outro igual. 
 Cachoeira dos Escravos


 Igreja da Matriz

 Casa do Capitão-Mor

 pedaços da Igreja da Matriz

 Teatro Municipal Tibiriça


cafezinho do Empório Barreira


Quem nos levou foi Passeios e Aventuras, sob o guiamento de Emanuele Calago.

Por: Denise Constantino em 19/10/19