quinta-feira, 29 de agosto de 2019

CACHOEIRA DOS MACAQUINHOS NA BOCAINA


A aventura do fim de semana foi com o grupo Passeios e Aventuras. O grupo de 4 pessoas, guiado pela guia credenciada Emanuele Calago, partiu do centro de Angra às 6 horas do dia 24 de agosto, um sábado de tempo nublado, com promessa de sol, para Bananal-SP. Uma hora depois, estávamos tomando o desjejum em Lídice. Chegamos a Bananal às 8h30m, quando iniciamos a subida para a serra da Bocaina. Uma hora depois chegamos à Pousada Brejal e fomos recebidos calorosamente pela Sra Estefânia e seu esposo, Sr. Carlinhos. Acomodamos as mochilas no quarto onde passaríamos a noite, e em seguida saímos para nossa aventura, na caminhonete do Sr. Carlinhos, às 10h10m. O sol prometido apareceu timidamente e logo deu espaço às nuvens e frio. Em determinado ponto, onde a lama tomava conta da estrada, continuamos a pé por cerca de 6 km até a Cachoeira dos Macaquinhos e Poço do Anjinho, maravilhas da natureza, pouco conhecidos por turistas, mata adentro. Desviando das poças d’água e lama, embrenhamos na mata, trilhando por 1,5 km, com poucas subidas. Às 12h50m, chegamos à linda Cachoeira dos Macaquinhos. O sol não adentrava a mata e fazia muito frio, o que desencorajou o grupo a banhar-se na água congelante. Mais 50 m acima, chegamos ao Poço do Anjinho, que tem esse nome porque há muitos anos atrás, o corpo de um menino foi encontrado ali. À margem do córrego acima do poço, sentamos para lanchar e descansar. Ouviam-se somente os cantos dos pássaros e o som da cachoeira que despencava mais abaixo. Iniciamos a descida às 14h10m em uma longa caminhada até onde o carro estava estacionado. No meio do caminho, além do frio, enfrentamos a fina chuva, que tornou a sensação térmica ainda mais baixa. Quando já estávamos na parte baixa, após sairmos da mata fechada, antes de uma porteira, havia um boi em nosso caminho. Enorme, chifrudo, que nos encarou, relutante, como a pedir que abríssemos o portão para lhe dar passagem e também com medo de nós, medo esse, recíproco. Posicionamo-nos mais atrás, temerosos, enquanto a guia tentava espantá-lo. Não logrou êxito e ainda por cima, o boi ficou irritado, bufou e mostrou rudeza e hostilidade, o que nos fez afastarmos ainda mais. Emanuele foi com cuidado e devagar rente ao mato e pelo canto, conseguiu abrir o portão. Logo, ele seguiu adiante, com seu corpanzil, a nossa frente. Depois de alguns minutos seguindo atrás do boi, ele entrou numa bifurcação e seguimos mais tranquilos. Depois ficamos sabendo que é o boi mais bravo da redondeza. Esse episódio rendeu boas gargalhadas e piadas até no outro dia.




Chegamos ao carro, encharcados e com muito frio, às 17h5m. Logo escureceu e a chuva fina não deu trégua. Após todos tomarem banho, para abrir o apetite, uma cachacinha de Cambuci e logo após, tivemos um jantar maravilhoso, feito em fogão à lenha e muito farto: arroz, feijão carioca, batatas coradas, salada, truta ou carne assada, farofa e de sobremesa, goiabada caseira com queijo minas. Sem TV e wi fi e com a casa lotada de visitantes, restou nos recolhermos ao quarto compartilhado para uma boa prosa e dormir cedo. Às 20h30m, já estávamos dormindo.





O domingo amanheceu com um chuvisco frio e uma névoa branca cobrindo as montanhas, fazendo lembrar as paisagens europeias. O frio continuava implacável e só o desjejum da Pousada Brejal pôde nos aquecer por um momento: café, leite, pão caseiro fresquinho, manteiga, queijo minas, frutas, pão francês, bolo de banana e de fubá. Tudo muito apetitoso. Íamos ao Poço da Ingrid, mas o local estava muito encharcado e nos acomodamos pela pousada mesmo, apreciando as brumas da paisagem e andando pelas proximidades da pousada até o horário do almoço. Mais uma vez, nos refastelamos com a deliciosa comida que teve o mesmo cardápio da janta. Por volta das 15h, partimos, já sentindo saudade daquele lugar idílico, pitoresco e bucólico, diferente de tudo que vivemos no dia a dia, na selva urbana.





DICA: a Pousada Brejal é simples, sem luxo, mas tudo é muito limpo e bem cuidado. Geralmente, o grupo fica em quarto compartilhado, onde há beliches. Na pousada há luz elétrica e chuveiro quente em banheiro também compartilhado. Só há um banheiro no interior da casa, unissex. Há mais 2 do lado de fora da casa, mais precários. Para os mochileiros, serve como uma casa de passagem, onde junto à hospedagem, tem a janta e o café da manhã, com preços a combinar com o Senhor Carlinhos e Dona Estefânia. Há também opção de almoço ou janta, sem hospedagem, sendo necessário reserva antecipada. O menu é sempre o mesmo e pode-se escolher entre truta e carne assada. Não há sinal de celular e nem wi fi. A televisão da sala não costuma ser ligada.  No mais, é um passeio para apreciar a natureza, explorar a mata e cachoeiras, uma delas, a do Bracuí (mais conhecida), e sentir a grandiosidade e magia da bela Serra da Bocaina.

Por: Denise Constantino da Fonseca

Nenhum comentário:

Postar um comentário